quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A Freguesia de Vila Fernando no séc. XVII- Óbitos

Graça Maria Garcia Soares Calçada Sousa, nasceu na Guarda em 1963. As suas origens provêm de Vila Fernando, Quinta do Meio e Monte Carreto. Na infância, e sobretudo nas férias e fins de semana, Vila Fernando acolheu as suas brincadeiras (inesquecíveis) com primos e vizinhos. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Universidade de Coimbra e é Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Católica. É professora do 3º Ciclo e Secundário.
Recolheu as informações abaixo publicadas quando, há uns anos, decidiu investigar e construir a árvore genealógica da sua família, quer do lado paterno, quer do lado materno, recorrendo à consulta de livros, documentos e microfilmes no Registo Civil da Guarda e no Arquivo Distrital da Guarda.
Por uma questão editorial, se assim se pode afirmar, decidimos publicar hoje uma parte desta 2ª parte. Domingo, a outra parte.
(Nota: optei por voltar a publicar esta parte, agora com as tabelas já completamente perceptíveis.)

A Freguesia de Vila Fernando no séc. XVII (1601 – 1700)

Parte 3 – Óbitos (1)


Foram registados, de forma legível, 1689 óbitos nos livros paroquiais de Vila Fernando, relativamente ao séc. XVII.
Esses 1689 óbitos equivalem a uma média de cerca de 17 defuntos por ano e são constituídos por 972 mulheres, 706 homens e 11 casos sem identificação.

Anos
Nº de óbitos
1601-1625
233
1626-1650
420
1651-1675
484
1676-1700
552

Verificaram-se mais mortes nos meses de outubro (161), setembro (160) e janeiro (159) e menos nos meses de maio (127) julho, (111) e junho (95).

Nos onze primeiros anos do século, os registos, desorganizados e incompletos, foram assinados por quatro padres diferentes – Pe Sebastião da Fonseca, Pe Gaspar de Morais, Pe Manuel Dias e Pe Fernando de Aragão – que estiveram à frente da freguesia por curtos espaços de tempo. Entre maio de 1609 e fevereiro de 1610, entre abril de 1610 e fevereiro de 1611 e, durante os anos de 1612 e 1613, a acreditar nos livros paroquiais, ninguém morreu. Se consultarmos os livros de assento de batismo deste período, encontramos a mesma desordem e poucos registos. Muita informação se deverá ter perdido para sempre, nesta altura.
A partir de 1615, já com a presença do Vig. Manuel de Gouveia, os livros de assentos ganharam alguma organização.

  • Origem dos defuntos
Lugares
1601-1625
 1626-1650
1651-1675
1676-1700
Total
Albardo
53
70
93
83
299
Vila Fernando
39
76
83
91
289
Adão
26
59
96
83
264
Vila Mendo
19
37
30
54
140
Qta. de Cima
24
28
43
43
138
Qta do Meio
11
21
47
39
118
Pousafoles “ó” Roto
14
23
26
49
112
Mte. Carreto
10
14
25
37
86
Qta. de João Dias
1
5
21
21
48
Qta. de Vale de Carros
0
7
4
12
23
Qta. de Baixo
1
9
1
1
12

– Quanto à origem dos defuntos, confirma-se a tendência verificada nos restantes assentos paroquiais. Com efeito, Albardo, Vila Fernando, Adão, Vila Mendo e Quinta de Cima, que já se destacavam quanto aos batismos, evidenciam-se também quanto ao número de óbitos. Eram provavelmente os lugares com mais população.
– A Qta de João Lopes teve o último registo em 1656; a Qta de Afonso Fernandes, em 1633; a Qta dos Pombais, em 1676. A Qta da Queimada teve um único registo em 1626. Em conjunto com a Qta da Caravela, estas quintas tiveram 28 mortes, ao longo do século.
– Os defuntos do Mte de S. Pedro (9) e os do Mte Sardinha (25) foram sepultados em Vila Fernando mas pertenciam a duas freguesias da Guarda – S. Pedro e Sé, respetivamente.
– Não há informações sobre a origem de cerca de 100 falecidos.

l Profissões dos defuntos ou dos seus familiares


alfaiate, azeiteiro, barbeiro, besteiro, cabreiro, cardador, carniceiro, escudeiro, ferreiro, moleiro, pastor, pedreiro, sapateiro, serrador, soldado, tamborileiro, taverneiro, tecelão, tendeiro, vendeiro.

l Alcunhas dos defuntos ou dos seus familiares


tamanhão – genrinho – cabeça – “richoso” – inverno – baixo – valente – casa nova – o direito – o negro – o ovelha – o galego – o romão – o serra – o cascão – o manco – o morgado – o velho – o moço – o costa – o moreno – o folgado – o lacão – o conde – o castanheira – o matela – o cravo – o macho – o bispo – o chapado – o vasco – o justo – o picado – o picão – o delgado – o borrega – o cónego – o bicho – o grande – o lájeas – o barroso – o frade – o rico – o coxo – o ruivo – o jambragal – o abade – o botica – o namorado – o gengibre – o pego – o mouro – o cravinho – o “damoreira” – o da granja – o do forno – o do cimo do lugar – da fonte – do canto – do fundo – da cancela – do lagar – da lapa – do “inxido” – do santo – a piquena – a do forno – a ruiva – a condessa – a “bartoleza” – a tabecas – a da serra – a velha – a cega – a folgadinha – picoa – a fornacha – a granja – a genrinha – a loura – a diega

                                                                                                             Continua... 






 












Sem comentários: