segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Terra Prometida

 A neblina tarda em desvanecer-se. Os olhos esmiúçam o horizonte à cata da Terra Prometida que, acobertada, nos deixa acabrunhados e cismáticos. Desapareceria ela por entre as brumas da memória? Não! Em momento algum te vamos deslembrar... afiançamos... amada... Vila Mendo.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Solstício de Inverno

por Berta Carreira

O frio da beira fez-me gostar do Inverno. Sem Ele não conhecia o sabor e o cheiro da torrada com Planta da casa do meu avô Isidro. Não seria a mesma sem as histórias que ouvi à lareira.
Que conforto chegar a casa, com nariz vermelho e mãos gélidas, e ser aconchegada por um ambiente quentinho. O Inverno dói, mas também aproxima e abraça.
Os ciclos servem para nos mudar. O que seria de nós numa primavera sem fim? Ou num contínuo verão de praia e de noites que se estendem até ser dia?
Aceitemos a beleza de cada estação e desfrutemos do que lhe é inerente. Apliquemos cada ciclo à vida: no inverno podemos estar mais connosco para florir na primavera; no verão lavamos a alma no mar e deitados na areia descansamos e cansamo-nos; e eis que chega o outono para nos renovar, pois todos precisamos de deixar cair folhas.
Por tal, sou inverno, primavera, verão e outono: com frio, chuva ou neve, à lareira ou na rua, no jardim ameno, na praia quente, no pinhal ventoso a recolher pinhas e a gozar as belas passadeiras de folhas no parque. Sou Eu a sorrir e a pedir à Mãe Natureza o que de verdade importa. Falemos com Ela, que nos escuta, mas sejamos humildes e contidos nos pedidos! Cuidemo-la para que não percamos o gozo das Quatro Estações.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Dezembro


por Berta Carreira

dezembro: tempo que é tempo, como janeiro será

Que dezembro seja bondade, dádiva, generosidade, gratidão, simplicidade, sorrisos, ternura e união, mas que a um de janeiro não apaguemos as luzinhas; que a dois de fevereiro não nos esqueçamos da família e dos amigos; que a três de março saibamos enfrentar, com paciência, resiliência e fé, algum obstáculo que possa surgir, como os pais do Menino Jesus; que a quatro de abril sintamos o coração repleto de amor como na noite de consoada; que a cinco de maio saibamos criar e reutilizar, à semelhança do que fazemos com a decoração para a quadra natalícia; que a seis de junho façamos um balanço positivo de nós, tendo a humildade para agradecer aos Outros, como os Reis Magos; que a sete de julho saibamos estar sozinhos (e aconchegados) como numa noite de inverno; que a oito de agosto não nos falte a convivência, a alegria do final de ano, e o descansar inerente ao dia de ano novo; que a nove de setembro não pensemos apenas em dezembro; que a dez de outubro não estejamos aborrecidos pelo frio; que a onze de novembro partilhemos a capa como São Martinho; que a doze, a treze, a catorze, a quinze, a dezasseis, a dezassete, a dezoito, a dezanove, a vinte a vinte e um, a vinte e dois, a vinte e três, a vinte e quatro, a vinte e cinco, a vinte e seis, a vinte e sete, a vinte e oito, a vinte e nove, a trinta e a trinta e um não nos esqueçamos de dizer "Bom dia, Dia", melodiosamente. E que nos meses de menos dias não deixemos o essencial por fazer e por dizer. E que as horas dos mais longos não nos saturem, culminando em desperdícios de tempo.
Sejamos natal em cada nascer do sol. Sejamos luz em cada anoitecer. Iluminados, pelo sol ou pela lua, hora a hora, dia a dia, mês a mês, cumprimos os valores de dezembro. Cada segundo determina o pulsar da existência. Não aos dias contra relógio. Sim aos momentos que nos preenchem independentemente do tempo e da hora e da companhia e do local.
Parece-me que poderíamos viver sem o dia de Natal, mas seriamos uns meros sobreviventes sem os valores tão evocados nesta época. Esperar pelo último mês do ano para a renovação é uma expetativa falaciosa. Afinal não é dezembro que muda o humano - é o humano que tem vindo a mudar o dezembro num louco frenesim que está a contagiar o ano inteiro.
Lautos os que fazem do quotidiano natal. Dezembro é, tão somente, uma oportunidade de renascer entre infinitas que se têm durante o ano. 
O agora é luz, do amanhã nada se sabe.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Instantes

Instantes... serenos; quiescentes como as pessoas que, de soslaio e antes que a vista abranja, se indagam sobre quem se afoita a desassossegar a mercancia que estava apalavrada...