quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
Nota
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
As invasões francesas e a freguesia de Vila Fernando- 3ª parte
quarta-feira, 21 de dezembro de 2022
As invasões francesas e a freguesia de Vila Fernando- 2ª parte
Graça Sousa- professora
2ª parte
terça-feira, 20 de dezembro de 2022
As invasões francesas e a freguesia de Vila Fernando
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
A Freguesia de Vila Fernando no séc. XVIII
Casamentos – Parte 4 (2ªparte)
lAssinaturas das testemunhas
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
A Freguesia de Vila Fernando no séc. XVIII
Casamentos – Parte 4 (1ªparte)
lAssinaturas das testemunhas
Manuel Miguel-1718 José de abreu-1799
segunda-feira, 13 de setembro de 2021
A Freguesia de Vila Fernando no séc. XVIII
Graça Sousa- professora
Casamentos- 3ª parte (cont.)
l Os apelidos de noivos e noivas eram muito variados:
Abreu, Afonso, Aguiar, Almeida,
Álvares, Andrade, André, Antunes, Azevedo, Cabral, Cardoso, Carvalho,
Cavaleiro, Costa, Crespo, Cruz, Cunha, Dias, Domingues, Duarte, Esteves,
Fernandes, Ferreira, Figueiredo, Fonseca, Francisco(a), Gil, Gomes,
Gonçalves, Gracia, João, Jorge, Lopes, Lourenço(a), Luís, Magalhães, Marques,
Martins, Matos, Melo, Mendes, Miguel, Monteiro, Morais, Moreira, Moura,
Neves, Nunes, Paulo, Pereira, Pina, Pinheiro, Pires, Ramos, Reis, Rodrigues,
Santos, Saraiva, Silva, Simão, Simões, Soares, Teles, Teixeira, Tenreiro,
Valente, Vasco, Veiga, Vicente… |
Contudo, alguns estavam bem enraizados na freguesia. É o caso de Gonçalves, Fernandes ou João. Os apelidos mais frequentes dos noivos eram Gonçalves (300), Fernandes (132), João (112), Francisco (39), Miguel (35), Costa (31), Marques (27) e Martins (27). Para as noivas, temos Gonçalves (275), João (145), Fernandes (86), Miguel (62), Marques (45), Antunes (30), Jorge (24) e Pires (21).
l Como havia muitos nomes iguais ou semelhantes, as profissões, as características físicas ou psicológicas, a idade, o local de origem ou de residência de cada um eram utilizados como forma de diferenciação. Algumas dessas palavras são-nos já estranhas porque caíram em desuso e já não conseguimos abarcar o seu real significado.
Profissões
Ferreiro (VF), Serralheiro (VM), Estudante (VF), Tecelão (Qta Meio, Qta Cima, Qta JD), Moleiro (Qta JD), Pastor (PR, Adão), Soldado (Qta Cima, Qta JD, VF), Estanqueiro (VM), Almocreve (Alb), Alfaiate (Alb, VF, Qta Meio, PR, Mte Carreto), Barbeiro (VF, PR), Escrivão (Adão), Sapateiro (VF), Condessa (VF), Cavaleiro (PR), Violeiro (Guarda)
Origem ou residência
das Poldras (VM, Alb), do Lagar (Alb), da Escada (Qta Cima, Alb), da de Moura (PR), da Varanda (Adão), da Serra (VM, Adão), o Castelhano (Alb), da Igreja (VF), da Fonte (Qta Cima, Alb), da Moreira (VF), das Eiras (Adão), das Moutas (Adão), da Quelha (Alb, da Qta Cima), das Naves (VF), do Cimo (VF, Mte Carreto, Adão), do Fundo (VF), do Forno (Alb)
Características físicas ou psicológicas / Idade
moreno (Alb), o valente (Adão, VF), orca (Qta JD), seco (Alb), basulo (PR), o calvo (Qta Cima), mocho (PR), o crespo (VM, VF, Alb), o ruço (VF), a mouca (Alb), vermelho (VF), do cornelho (Alb), inverna (VF), botelho (VM), o cego (Adão), o louro (VF), o rico (Adão), chicana (VF, VM, Adão), a pomba (Adão), dos cravos (VM), cancela (Qta JD) remédio (PR), o neto, o moço, o velho
l
Vigários,
curas e capelães
Além do Vigário, que
residia em Vila Fernando e que estava dependente do Tesoureiro-mor da Sé da
Guarda, havia normalmente um padre cura (que ajudava o Vigário e o substituía
quando era necessário) e padres capelães no Adão, em Albardo e no Roto.
Encontramos ainda referências a outros padres que estavam de passagem ou que
eram familiares / amigos dos noivos ou dos Vigários e Curas. Eram eles que,
habitualmente, assinavam os assentos como testemunhas.
Vigários |
Vig.
António Tenreiro Cabral – 1674-1712 Vig.
Manuel Nunes – 1713-1720 Vig.
Policarpo da Cruz – 1720-1759 Vig.
Manuel Rodrigues Leitão – 1760-1767 Vig.
Agostinho Pereira da Silva – 1768-1771 Vig.
Francisco José Antunes – 1773-1783 Vig.
Agostinho Pereira da Silva – 1784-… |
sexta-feira, 20 de agosto de 2021
A Freguesia de Vila Fernando no séc. XVIII
Casamentos – Parte 3
l De 1701 a 1800, encontramos noivos solteiros (820)
e viúvos (261), assim como noivas solteiras (992) e viúvas (89). Após a morte
dos respetivos cônjuges, geralmente, os viúvos e as viúvas não demoravam muito
a casar de novo, tentando refazer a sua vida e/ou encontrar alguém que cuidasse
deles (delas) e de filhos pequenos. No caso dos homens, há quem se tenha casado
três e quatro vezes (42).
l Nos 1085 casamentos ocorridos no séc. XVIII, 678
dos noivos pertenciam à freguesia de Vila Fernando e 382 eram “de fora”. No
caso das noivas, 1040 eram da freguesia e 40 vieram de outros lugares. De lado ficam
alguns casos sobre os quais não há informação.
l Algumas quintas da freguesia tiveram um número
muito reduzido de noivos e de noivas (Quinta da Nave Derradeira, Quinta das
Pousadas, Quinta de João Lopes, Quinta de Vale Longo, Quinta dos Pombais, Monte
Cimeiro); outras parecem ter desaparecido porque, ao longo destes cem anos, não
lhe é feita qualquer referência (Quinta da Queimada ou Quinta de Afonso
Fernandes, por exemplo). A designação de “Quinta de Baixo” não aparece em lado
algum mas, em contrapartida, continua a surgir o nome da Quinta de João Dias.
Há ainda referências ao Adão
“piqueno”(ex: 7-11-1791) e a Moinhos dos Barrocais (ex: 28-4-1748), ambos
pertencentes à freguesia de Vila Frenando.
Freguesia de VF |
Noivos |
Noivas |
Adão |
143 |
219 |
Albardo |
134 |
196 |
Monte Carreto |
36 |
62 |
Pousafoles “ó”
Roto |
71 |
123 |
Quinta da Caravela |
3 |
14 |
Quinta de Cima |
42 |
71 |
Quinta de João
Dias |
26 |
50 |
Quinta de Vale
dos Carros |
11 |
12 |
Quinta do Meio |
41 |
63 |
Vila Fernando |
96 |
114 |
Vila Mendo |
70 |
90 |
l Tal como no século anterior, os 382 noivos e as 40
noivas que não pertenciam à freguesia de Vila Fernando eram maioritariamente
provenientes de quintas e lugares das freguesias próximas: Vila Garcia,
Jarmelo, Rochoso, Casal de Cinza, Carvalhal Meão, Santa Ana da Serra da Azinha,
Marmeleiro, Pega, Pousafoles do Bispo, Gonçalo Bocas, Castanheira, Arrifana,
Benespera, Panoias, Bendada, Guarda… Alguns noivos e noivas eram de origem mais
longínqua, pois vinham de locais abrangidos pelos bispados de Lamego, Viseu,
Coimbra, Braga e Elvas.
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
A Freguesia de Vila Fernando no séc. XVIII
Casamentos – Parte 2
lCerimónia
l Ao longo do séc. XVIII, foram registados 1085 casamentos nos livros paroquiais da freguesia de Vila Fernando, o que corresponde a uma média aproximada de 11 casamentos por ano. No entanto, houve alturas em que o número foi largamente excedido (1702 – 22; 1706 – 24; 1709 – 22; 1750 – 25; 1763 – 21) e outras em que os matrimónios quase desapareceram (1734 – 2; 1769 – 2; 1770 – 3; 1778 – 1).
l Se compararmos os valores do séc. XVII com os do séc. XVIII, percebemos que se manteve a tendência crescente de casamentos até 1725, altura em que houve uma pequena quebra.
Casamentos
no séc. XVIII |
|
1701-1725 |
326 |
1726-1750 |
266 |
1751-1775 |
221 |
1776-1800 |
272 |
Total |
1085 |
Casamentos
no séc. XVII |
|
1601-1625 |
79 |
1626-1650 |
168 |
1651-1675 |
218 |
1676-1700 |
311 |
Total |
776 |
l As cerimónias eram normalmente realizadas na Igreja
Matriz de Vila Fernando mas houve exceções. Os noivos
pediam uma autorização especial ao Bispo e conseguiam que os seus casamentos
tivessem lugar nas Capelas de S. Bartolomeu do lugar do Adão (ex: 1766), do
Divino Espírito Santo do lugar de Albardo (ex: 1779) ou de Santa Maria Madalena
do lugar do Roto (ex: 1783). (Ex: “… em a
Capela de Santa Maria Madalena do lugar do Roto desta mesma freguesia por
licença do Sr. Bispo foram recebidos em face da Igreja…” – 23-9-1783)
l Um casamento era um momento preparado com
antecedência e que obedecia a requisitos e regras. Nada era feito ao acaso e
tanto o estado civil como o grau de parentesco dos noivos eram esmiuçados com
todo o rigor. Se os laços de parentesco fossem próximos, era preciso pedir
autorização e pagar bula. (Ex: “Foram
dispensados pelo Exmo Senhor Núncio destes Reinos em terceiro e
quarto grau de consanguinidade de que apresentaram Certidão de dispensa que
fica no cartório desta Igreja para em todo tempo constar…” – 9-8-1773)
l Aparentemente, os noivos podiam contrair matrimónio
quando fosse conveniente. Por exemplo, em junho de 1782, houve cerimónias nos
dias 5, 12, 18 e 28, que corresponderam a quarta, quarta, terça e sexta,
respetivamente, e, em junho de 1791, foram registados casamentos nos dias 10,
12, 13, 23 e 24, equivalentes a sexta, domingo, segunda, quinta e sexta. Por
vezes, o Vigário acrescentava algumas informações sobre a data: “sendo Domingo do Santíssimo Nome de Jesus”
(15-1-1758), “sendo em véspera do dia de
Entrudo” (6-2-1758), “sendo dia de
Nossa Senhora da Anunciação” (3-4-1758).
Durante este século, os meses
mais escolhidos para a cerimónia do casamento foram fevereiro (180), maio (122)
e janeiro (117) e os meses com menos procura, agosto (65), julho (59) e março
(45).
l Percebemos que o Vigário pedia aos noivos algum
tipo de pagamento pela cerimónia porque encontramos, diversas vezes, a
informação “deve a galinha” (ex:
20-9-1763) rabiscada na margem dos assentos. Numa outra ocasião, num registo de
casamento realizado, com licença do Sr. Bispo, na Capela do Divino Espírito do
lugar de Albardo, o Vigário escreveu “e
me pagaram o que me ajustei com eles pelo trabalho de la os ir receber” (2-10-1775).
Nota:
receber = casar