segunda-feira, 2 de agosto de 2021

A Freguesia de Vila Fernando no séc. XVIII

Graça Maria Garcia Soares Calçada Sousa- professora

Casamentos – Parte 1 

l A freguesia (1701 – 1800)

l Quando, em 1758, o Vigário Policarpo da Cruz, respondeu ao inquérito sobre a sua paróquia, enviado pelo Secretário de Estado dos Negócios do Reino, escreveu que a freguesia de Vila Fernando era composta por “oito lugares e algumas quintas” e que apresentava 406 (408?) fogos, ou seja, 406 casas de família. Acrescentou que esse número era o somatório de 48 fogos de Vila Fernando, 23 do Monte Carreto, 29 da Quinta de Cima, 24 da Quinta do Meio, 74 de Albardo, 16 da Quinta de João Dias, 47 de Vila Mendo, 98 do Adão e 49 de Pousafoles o Roto. Disse também que, nesse ano, tinha a “ freguesia (…) pessoas de confissão e comunhão 1009 e de confissão somente 210…”.
      Nota:
- “pessoas de confissão e comunhão” – Habitualmente, pessoas com mais de 12 ou 14 anos.
- “pessoas de confis­são somente” – Todas as que tivessem entre 7 e 12/14 anos.)

l Através das informações escritas nessas Memórias Paroquiais, sabemos ainda que, nessa altura, além da Igreja Matriz em Vila Fernando, existiam também várias capelas espalhadas pela freguesia: a Capela de S. Bartolomeu no lugar do Adão, a Capela do Divino Espírito Santo no lugar de Albardo, a Capela (também denominada Ermida) de Santa Maria Madalena no lugar do Roto, a Capela de Santo André no lugar de Vila Mendo, a Capela de S. Francisco na Quinta do Meio e a Capela (também designada por Igreja) de S. Sebastião em Vila Fernando. No Adão, em Albardo e no Roto, viviam os respetivos capelães que tinham autorização de aí dizer missa nos domingos e dias santos. Os moradores, embora podendo assistir à cerimónia, deveriam enviar uma pessoa de cada casa à Igreja de Vila Fernando. Na Capela de Vila Mendo dizia-se missa “para administração dos sacramentos”. Os ofícios da Capela da Quinta do Meio eram feitos na Igreja Matriz.

l E a Capela de S. Sebastião de Vila Fernando? Nos anos de 1747 e 1748, substituiu a Igreja Matriz que, por ser demasiado pequena, teve de ser reconstruída e aumentada, segundo explica o Vig. Policarpo da Cruz, nas Memórias Paroquiais, “à custa da freguesia, com algumas esmolas, e principalmente a do Exmo Prelado deste Bispado, e do mesmo donatário”. (Nota: O donatário era o “Reverendo Tesoureiro-mor da Sé da cidade da Guarda”.)
No Livro de Registos de Casamento – 1729-1754, encontramos algumas referências a essas obras:
“Aos treze dias do mês de Fevereiro de mil e sete centos e quarenta e sete anos, nesta Igreja de S. Sebastião, aonde e que por ora serve de Igreja Matriz por impedimento dela e estar no chão…”
“Aos dezoito dias do mês de Agosto de mil e sete centos e quarenta e oito anos nesta Igreja de S. Sebastião que ao presente serve de Matriz por estar a Matriz incapaz…”)

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda se vão encontrando coisas interessantes de ler na internet sobre a região. estamos fartos de de autopromoções, de politiquices e politicos dos seus interesses.