segunda-feira, 3 de julho de 2023

Homenagem

Homenagem do José Eduardo ao seu pai (José Domingos) e às contínuas gerações de Vilamendenses. Obrigado.

"Vilamendenses:
Pelo meu falecido pai e por mim, não pude deixar de pedir ao Luís Filipe que postasse no blogue de Vila Mendo uma mensagem de agradecimento a todos os que nos acompanharam neste fim de semana.
Órfão de pai e mãe desde tenra idade (12/13 anos) cedo se fez homem para o trabalho e para a vida imbuído de princípios e valores éticos e cristãos, até então transmitidos pelos seus pais e daí em diante pelos irmãos mais velhos, também eles muito novos, e adultos da família alargada e da comunidade vilamendense.
Não vou regatear predicados, virtudes ou defeitos, pois que não sou julgador de tais causas, e jamais o faria por ser meu pai.
No que me diz respeito: “Foi um excelente pai”.
E no que vos diz respeito, a vós e aos vossos antepassados que com ele conviveram e que o antecederam na viagem que agora iniciou, assevero-vos que era uma pessoa grata.
Se, nas palavras do pensador Francisco José Gregório de Andrade é: “[O] pior defeito do ser humano é não reconhecer quem o ajudou. A ingratidão maltrata, ofende e torna a pessoa sem sentimento e sem amor pelo próximo”, o meu pai era uma pessoa muito, muito grata.
Habituei-me desde tenra idade a ouvir da sua boca a expressão “devemos muitos favores a este ou àquele”, seja pela prática de simples factos como uma ajuda em trabalhos agrícolas, permissão de passagem a pé, com animais, alfaias e outros bens em terrenos, conserto de uma alfaia agrícola, de um eletrodoméstico, por uma “boleia” no caminho de Vila Fernando ou por uma mão amiga que o ajudou a levantar quando prostrado por terra e as forças e a saúde já não lhe permitiam que se levantasse por si só, mas também pelas intenções de quem se prontificava a ajudá-lo com manifestações de vontade de alguns de vós ou dos vossos antepassados, como:
“Oh t’Zé Domingos! Se precisar de alguma coisa, é só dizer!”, ou
“Zé Eduardo, se quiseres estudar e o teu pai não puder pagar os estudos, diz-lhe que eu os pagarei”.
É esse sentido de gratidão que o meu pai tinha por vós e/ou pelos vossos antepassados, e em cujo dever nos englobava atento o pronome pessoal utilizado, que eu aqui quero reafirmar e expressar a todos os nos presentearam com a sua presença e/ou sábias e reconfortantes palavras de carinho e conforto que nos endereçaram.
Na vossa presença, no vosso abraço, com ou sem palavras, revi os vossos antepassados que já partiram e a todos presto tributo pelo apoio abnegado e amizade que em vida concederam ao meu pai.
A todos estamos muito gratos.
A todos o nosso bem-haja.
A Deus a gratidão de ter concedido a graça de beneficiarmos da relação filioparental física, que a outra é eterna, até perfazer os seus 98 anos de idade."
José Eduardo

1 comentário:

Anónimo disse...

Homem íntegro, sereno, de riso fácil e de uma FÉ inabalável...assim era o meu Pai. Até um dia...