sexta-feira, 22 de abril de 2016

A lareira

A lareira, a chaminé, a lenha, os cavacos, as giestas, as brasas, o calor. Os momentos. Os pensamentos… silenciosos… falados… realizados… inusitados…
O lume… símbolo da vida… chama eterna… que nos aquece… o coração. Ao seu redor, olhares cúmplices cruzam-se em conversas demoradas, compassadas, ardentes por vezes, como o ardor do lume que arde vagarosamente.
Noites frias convidam ao recanto da casa, ao recanto da cozinha. O lume. A lareira. Um canto, um espaço pequeno transformado na centralidade da casa, da família, da vida… Ali traçam-se planos para o amanhã, alcovita-se o ontem, entrelaçam-se sonhos de um futuro maior… sugere-se, debate-se, refila-se, silencia-se.
Olhares quietos perdem-se na finitude das chamas que teimam em consumir os últimos resquícios de um pau moribundo.
Olhares melancólicos deixam-se adormecer na imensidão das brasas incandescentes e… sonha-se um mundo… o mundo. Respira-se um tempo; respira-se o tempo… único, irrepetível, intransmissível…
                                                                                              Luís Filipe Soares

1 comentário:

Anónimo disse...

E uma boa chouriça assada na lareira. que saudades.............