Que dizer?.. Que escrever?..
Penso em ti… banha-se-me o olhar.
Paro… penso… as
palavras não querem ser escritas- não quero, porventura, assentir que não
estás- o lacrimejo ressurge sem qualquer
estorvo (não são só minhas- as lágrimas- são de tantos, são de Vila Mendo). Expecto
ainda que tudo não passe de uma aflição, de uma história kafkiana com que às
vezes nos deleitamos enquanto arte- absurda, surreal.
Não estás! Mas permaneces… na memória… arejada,
embora aturdida. Os dias demorados em Vila Mendo, parecem agora uma eternidade;
os lautos silêncios são atalhados pelo choro sibilino que a espaços estonteiam
a pacatez aldeã. Ninguém acredita! Olhares exasperados encaram os céus à
procura de respostas na divina providência: onde está? Existe? Interpelamos
tudo e todos na ânsia de explicações, já!
Paro… penso… tenciono quedar-me com a tua honradez,
com a tua honestidade e verdade de pessoa inteligente, atenta ao outro…
conciliador e agregador de vontades. Perfeito, não o eras certamente, mas, definitivamente, eras um homem bom.
Paro… penso… nas histórias e estórias que vivemos…
que viveste com outros. Sorrio, finalmente… imagens admiráveis e aprazíveis
assolam a minha mente. É com elas com que vou permanecer, com que vamos ficar.
É com elas que vamos homenagear-te quando desaparecerem os ciscos e a poeira
que muram e embaciam o nosso espírito.
Sei uma coisa: amas Vila Mendo! Mas agora, sabes tu
uma coisa: Vila Mendo ama-te!... como tanta outra gente.
Tiago: contigo, NUNC ET SEMPER(originalmente publicado no jornal O Interior desta semana)
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Tocante
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