Há livros que guardamos para mais tarde ler. Porque sabemos (às vezes vamos ao engano!) que vão ser fonte de prazer. E ficam; e ficam até ao dia em que o acontecer... acontece.
O livro de contos (muito ligados às pessoas daqui) do nosso Joaquim Igreja (Castanheira/Guarda) vale a pena ser lido (a talho de foice, será que é comum na nossa cidade os professores- de português, pelo menos- abordarem e darem a conhecer livros ou autores da Guarda?).
Uma escrita límpida, rica mas sem artifícios desnecessários. As palavras no sítio certo: se houver sítios certos em literatura... Quase que poderíamos dizer que é num exercício de decifração do mundo, do mundo das nossas gentes; do mundo de nós próprios.
Chegamos ao fim de muitos destes contos e... queríamos que não acabassem já: o que diz muito.
São contos que... são, também, nossos; já não pertencem ao autor, e sem referir e destacar este ou aquele em específico- isso caberá a cada um dos leitores- alguns mereceriam uma narrativa mais longa que constituíssem e dessem corpo e alma e voz a um novo (e esperado!) livro; outros há que poderiam passar para o domínio teatral...
Uma vez aqui chegados (e passe a pretensão) uma observância: compreendendo o simbolismo e a significância do título, este poderia ser mais marcante; mais duro; talvez mesmo mais cru!.. (Simples aparte, este)
Recomenda-se vivamente.
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