sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Entrevista a Jacinto Lucas Pires

©Paulo Goulart
Jacinto Lucas Pires é licenciado em Direito, mas é sobretudo escritor… de romances, contos, peças de teatro, filmes, música. O seu último livro chama-se "Grosso modo", um livro de contos onde não se pode dissociar uma forte componente política e social numa perspectiva de construção do presente. Antes lançou "O Verdadeiro Ator", romance que ganhou o Grande Prémio de Literatura DST 2013 sendo publicado nos EUA pela Dzanc ("The true actor", tradução de Jaime Braz e Dean Thomas Ellis). A sua marca está patente também no teatro, trabalhando com diferentes grupos e encenadores, mas faz parte da companhia “Ninguém”. Da sua incursão pela música destaca-se a sua pertença à banda “Os Quais”. Até há pouco, tinha uma rubrica na Antena 3 denominada Voz Guia. Actualmente tem um debate com o Henrique Raposo, todas as segundas e quartas-feiras pelas 09h20, na Rádio Renascença sobre assuntos da actualidade e é cronista no jornal desportivo O Jogo, demonstrando a sua ampla capacidade criativa em áreas díspares. É editor do Blogue “ O que eu gosto de bombas de gasolina”. Fez também uma incursão pela política na campanha às presidenciais de 2011, sendo mandatário da juventude de Manuel Alegre.
Está ligado, não  propriamente a Vila Mendo, mas a Vila Fernando, através da sua avó Patrocínia Lucas, mãe do seu pai Francisco Lucas Pires que mantinha uma forte ligação a Vila Fernando. Foram várias as férias, foram várias as vezes que Jacinto passou e esteve em Vila Fernando, pelo que o poderemos considerar como um dos filhos da freguesia… e os filhos à casa retornam! Esperamos que este pequeno desafio possa contribuir para outros de maior monta e visibilidade. A Associação de Vila Mendo está preparada para o desafiar


Como se define enquanto criador?
Sou escritor. Trabalho em diferentes territórios (teatro, música, cinema), tudo é escrita.

A cultura como factor de mudança das sociedades. Realidade ou utopia?
A utopia é real. O que é o humano sem sonho, sem desejo, sem querer tornar-se o que é? Nascemos homens e mulheres iguais e livres, temos de nos tornar cada vez mais isso.


Como vê o futuro das comunidades rurais do Interior à luz dos desafios que se colocam a Portugal enquanto povo, e nos desafios que se colocam a Portugal no contexto europeu?
O futuro dessas comunidades faz-se de um equilíbrio difícil, parece-me: como é que podem manter-se vivas sem se falsificarem? É uma questão para o país todo, no fundo — embora com diferentes variantes nuns sítios e noutros. A questão europeia e a dos nossos desafios na Europa é de outro nível: como conseguir mais democracia e mais transparência na União Europeia — o que implicará um salto político, de tipo federalista — num momento de grave crise, uma crise de crises, em que os Estados parecem crescentemente desunidos, as pessoas não se sentem representadas pelos políticos e velhos e novos ódios começam a subir à tona.

Se pudesse alterar alguma coisa na sociedade portuguesa, o que seria?
O cabisbaixismo.

O dia ideal seria…
Hoje.

Uma memória de Vila Fernando…
Pôr moedas nos carris do comboio, jogar basquetebol no terreiro e futebol no campo da bola, encontrar um lacrau nas madeiras.

Um projecto de sonho na sua vida?
O romance que ando a escrever há uns anos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Só é pena a entrevista ser tão pequena.

Anónimo disse...

Independentemente do nome que ostenta, é um escritor com qualidade e que vai dar que falar.