quinta-feira, 26 de junho de 2014

O Forno- Zé Eduardo

In illo tempore foi construído no coração da aldeia o forno comunitário, num beco estreito, escuro e envergonhado, ainda que as demais ruas não fossem largas, iluminadas ou extrovertidas, transformando-se, também elas, em lodaçais constituídos de areias, folhas de árvores e dejectos de gado vacum, ovino e caprino logo que se iniciavam as chuvas de Outono e se prolongavam até à Primavera.
            Per saecula saeculorum ali se cozeu pão, sobretudo de centeio, pedra angular da “roda dos alimentos” nas beiras interiores, sendo a sul do país de trigo e a nordeste e beira litoral de milho, tudo de acordo com a melhor exploração possível da capacidade dos terrenos e condições climáticas, tendo presente os princípios da rotação bienal/trienal do cereal – pousio - herdada do Neolítico.
            As referências ao pão remontam aos primórdios da idade do ferro, mas a técnica da fermentação só viria a ser descoberta no Egipto, posteriormente apreendida pelos gregos que a difundiram em Roma e pelos romanos divulgada na expansão militar pela restante Europa.
            Nos sécs. XII e XIII incluem-se na dieta alimentar dos povos da beira o pão de milho-miúdo, centeio, castanha, legumes variados, com predomínio para as couves, o grão e as favas e, relativamente a frutas, as maçãs, as uvas e os marmelos. 
Gastronomia beirã que não ficou indiferente aos descobrimentos a partir do séc. XV, donde terem sido paulatinamente introduzidos produtos como a batata, a abóbora, o amendoim, o ananás, o cacau, o feijão, o girassol, o milho, o pimento e o tomate.
Entrada, por certo, lenta, pois que em questões alimentares é a sociedade prisioneira de usos legados de geração em geração e que só raramente se alteram (cfr. Georges Duby, Guerreiros e Camponeses, Lisboa, Estampa, 1980, p. 29).
Estamos perante mais uma noite de invernia em que chuva miudinha cai lenta, lentamente, como que à espera que o frio glacial vindo da serra da Estrela a solidifique em neve. Amanhã, de manhã, será um dia resplandecente com as casas, as ruas, os caminhos e os campos cobertos de neve. Mas nesta noite, tão comprida quanto húmida e fria, nada melhor que um serão no forno para secar a roupa húmida que se cola ao corpo e dar dois dedos de conversa com as duas famílias que, decorridos que são quinze dias, ali regressam para desamuar à due o forno e cozer o pão de centeio.
Apesar de se tratar de uma noite escura como breu, sem que se vislumbre vivalma ou uma réstia de luz por detrás de alguma janela ou janelo, não há qualquer risco de nos enganarmos no percurso a tomar, pois que a morfologia urbana radioconcêntrica, como é característica da maioria das aldeias medievais, desembocará inexoravelmente no centro da aldeia e daí ao forno são dois passos (ao centro confluem a Rua Principal, Rua do Regato, Rua de Baixo, Rua do Pocigo e Rua do Forno, algumas delas interligadas pelas radiais - Rua José Velho, Travessa da Rua de Baixo, Rua a Porta do Campo – ou delas emanando becos como a Rua do Cantinho)[1].
Chegados ao centro da aldeia, a escuridão não nos permite decifrar se se ergue ainda à intempérie a árvore que lhe dará o nome pelas gerações seguintes ( Largo da Amoreira), ou se as ruas já foram calcetadas (+/- 1952), ou os tanques construídos (+/-1954), ou mesmo as casas em redor reconstruídas, sendo que as de José Elias, Manuel Dente e o cabanal de Ana Corte o foram nos últimos anos da década de sessenta, pelo que não é possível, por ora, fixar qualquer data, ainda que por mera ficção.
Tomada a “Rua do Forno”, manda a prudência que se caminhe junto à parede do lado esquerdo a fim de não encharcar os tamancos, adquiridos na “Feira de São Francisco” e com rasto em pneu de poucos dias, no atoleiro que ali se foi formando em virtude do bueiro que dali emana e passa pelo curral - que foi ou há-de ser - de Ana Corte em direção à eira se encontrar entupido.
Ao aproximarmo-nos do forno, vislumbra-se por entre as largas frestas da carcomida porta de madeira uma réstia de luz que aumenta e diminui de intensidade à medida que as chamas saem da boca da fornalha. A porta encontra-se encostada, de resto como sempre, num permanente convite à entrada de quem quer que seja; ainda que, reza a história, se trate de um mendigo que ali procurou abrigo numa malfadada noite glacial de inverno – como esta - e, apercebendo-se que a fornalha se encontra ainda quente por ter sido recentemente utilizada, logo nela se introduz para dali mais não sair com vida, pois que a inalação de monóxido de carbono lhe terá sido fatal.
Transposto o umbral que, fora dia, ter-nos-ia informado se já foi alvo da reconstrução de 1904 e sem que se peça licença aos presentes - afinal o forno é público -, mas dada a salvação e recebida a resposta: “Boa noite nos dê Deus!”, logo se vislumbra em frente sobre a direita o vulto de indivíduos semi-deitados sobre restos de palhas, giestas e ramos depositados sobre um tosco muro de pedra irregular com não mais de 50 cm de altura e soterrado até à parede posterior. Ao centro, junto à boca da fornalha, labora o forneiro, por um dia, procurando manter vivas as labaredas e a sua distribuição equitativa por todos os lados.
Sobre a parede da direita, de fronte para os ditos indivíduos, as labaredas que se vão libertando da fornalha por entre o fumo projectam na parede a silhueta de duas ou três senhoras que, encostadas à bancada de granito, dão os últimos retoques na massa de centeio já preparada para a cozedura. Previamente, durante o dia, a farinha fora peneirada, misturada com água morna, sal e fermento natural – levedura – e protegida por cobertores para levedar.
Reconheçamos que é um forno rudimentar, em terra batida e sem que para a sua utilização existam regras, usos ou costumes que salvaguardem a sua manutenção e higiene, sendo apenas de registar a colocação de lenha na fornalha logo que retirado o pão para, de uma assentada, o próximo utente assegurar a sua vez e aproveitar o calor existente para acelerar o processo de enxugamento e secagem daquela.
 Acresce que inexistem outros utensílios públicos para além da pá de enfornar e uns rudimentares lareiros de rapar e varrer.
Nas casas particulares também não existirão, creio, os habituais estendais de fingir e tender o pão, mas tudo se resumirá à masseira (alguidar), espátula e um tabuleiro em madeira – qual pau para toda a colher – que serve para as demais funções, inclusive transporte para o forno e deste para casa, mas também para outros serviços relacionados com as saudosas matanças do porco.
Paulatinamente o fogo vai vencendo a resistência da lenha húmida e verde e as labaredas aumentavam de intensidade, por vezes saíam da boca da fornalha iluminando, ainda que tenuemente, o rosto dos que ali se encontram.
De uma banda as senhoras trajando de negro com as faces semiencobertas pelos lenços que trazem à cabeça e atados ao pescoço, rodeadas de pirralhos de tenra idade que olham fascinados para o crepitar do fogo.
De outra, homens de cabeça coberta, uns com chapéu e outros com boina, samarra pelos ombros e calças de surrobeco, que se entretêm sorvendo o morrão de cigarros da marca “Kentucky” (vulgo mata ratos), “Definitivos” ou mesmo de enrolar, estes feitos na hora num estranho e hábil manusear da mortalha a enrolar o tabaco e colada, a final, com uma subtil lambedela.
Desamuada a fornalha, iniciam-se os trabalhos para colocação do pão. As senhoras, dados os últimos retoques na massa, dão uma última “pulverizadela” de farinha e, uma delas, sinaliza os seus pães com uma ligeira pressão do polegar sobre a massa lêveda, como se da aposição da impressão digital se tratasse, enquanto o forneiro puxa o brasado para o exterior, deixando-o à boca da fornalha e dá os últimos retoques na base da fornalha arrastando uma ou outra brasa que se tresmalhara.
Aproximando-nos ligeiramente, e aproveitando a luz do lampião que até ao momento tinha permanecido esquecido junto aos tabuleiros, com a torcida reduzida ao mínimo para evitar consumo desnecessário de petróleo, podemos verificar que a base, agora esbranquiçada, está uniformemente revestida de tijolo de barro, o que permite precisar com segurança que estamos aquém de meados da década de sessenta do século passado. Com efeito, a penúltima reparação ocorreu na década de sessenta com revestimento da fornalha a tijolo de barro cedido pela Junta de Freguesia então presidida pelo, creio, mourense Silvestre.
O forneiro pega então na pá, dá dois passos à retaguarda e espera que seja colocado o primeiro dos pães. A senhora que o coloca não resiste à repetição de um gesto reiterado pelos seus antepassados ao longo dos séculos: uma cruz seguida, em sussurro, de um voto “Deus te acrescente".
Enquanto o forneiro prossegue o vai-e-vem cadenciado num concertado jogo de pernas e braços, fazendo estes deslizar o cabo da pá até ao extremo, no início, e paulatinamente em menor extensão à medida que os pães vão sendo colocados mais próximos da boca da fornalha, gestos que terminam sempre com o mesmo impulso rápido de avanço e recuo de modo a que a inércia do movimento faça deslizar a massa da base da pá para a da fornalha, os pirralhos que se encontram por perto, seguem atentamente os seus gestos e dele reclamam o maior cuidado e destreza na colocação de três “patinhos” feitos de massa lêveda e dois pães com carne (vulgo ratinhos), presas que pretendiam ver incólumes para posterior repasto.
A bola de azeite fica, também, debaixo de olho, mas é seguramente a terceira opção de tais “felinos”.
Do outro lado, não sendo seguro que a farinha utilizada na feitura de tais pães fosse proveniente de grãos de centeio colhidos pelos actuais proprietários, uma vez que fora adquirida ao moleiro e paga no ato em grão de centeio, medidos ao litro ou ao alqueire (ao que me recordo de 15 litros)[2],[3], perguntavam-se em silêncio os homens que ali se encontravam: em que terras centeeiras teria sido semeado o grão que germinou, cresceu, multiplicou-se e, depois de mil trabalhos, foi moído e dele se fez tal farinha.
Pois que, sabendo eles em que folha ou tapada fora semeado, logo diriam qual foi o lavrador que jungiu a junta de bovinos, arou as terras com a decrua, estravessa ou entravessa (lavragem perpendicular à decrua nos terrenos cuja extensão o permitia), lançou ou não as sementes à terra em época serôdia ou temporã, abriu sulcos aos camalhões ou, não o tendo feito dessa forma, lançou as sementes depois de arado e cobriu-as de terra com recurso à grade.
Mais nos diriam os ditos senhores:
- se tais terras centeeiras, agora de alqueve ou alqueive, foram adubadas com químicos ou estercada dos rebanhos que nelas foram apascentadas;
- quem foram as ceifeiras e ceifeiros que à foice (seitoiras) – com ou sem recurso a ranchos, seguindo ou não o seu eito – ou à gadanha cortaram a pragana;
- quem fora o manajeiro, quem se levantou antes do sol nascer para atar os molhos e de quantas palhas fazia uma nagalheira;
- quem juntou os molhos em rolheiros e, assim, fez migrar o cuco de imediato;
- quem foi o carregador que aprontou a manta de farrapos no chedeiro do carro das vacas, e ali depositou ao comprido molhos com a tora para trás e para a frente e, ultrapassada a altura das rodas, logo iniciou a colocação de travesso para, decorridas que eram cinco fiadas, chamar à razão os estadulhos (ou fueiros) que se haviam desavindo puxando das traves (ou travadeiras). Reposta a postura com tais amarras logo prosseguia com mil cuidados não fosse desequilibrar-se e espetar-se num desses pontiagudos estadulhos enquanto praguejava: “Raios partam as vacas, não param quietas com tanto mosquedo!”. E apostas duas fiadas sobre o cume dos estadulhos terá ponderado o terminus da carga, colocando mais molhos sobre dianteira se esta estivesse traseira e optando por lançar as cordas ao longo do chedeiro ou de través, sendo nesta última hipótese, mediante a colocação de molhos ao comprido, como fizera no início e por forma a permitir que nos declives do caminho nelas se apoiassem para obstar a que a carga tombasse;
- quem na eira ou lajem edificara a “meda” e procedera à malha ou debulha mediante recurso ao mangual ou às ditas “máquinas” (malhadeiras/debulhadoras de cor amarela e da marca S. Mamede ou S. Romão cuja engrenagem de cilindros era accionada por tractores);
- quem na malha fizera companhia a Manuel Carolino a transportar a palha para o palheiro, e destes qual o malandro que sucessivamente largava a facha logo que chegava ao cume da escada, obrigando os demais a esforço acrescido para satisfazer o palheireiro que de ancinho com dentes de madeira gritava lá do estremo: “É p’ra aqui!”. E se o carregador desaustinado com a carga apertada por entre a correia e os braços, de olhos semicerrados e passo incerto procurando o equilíbrio entre as ondas de palha não tomava o rumo certo, logo o palheireiro repetia a ordem acrescida de uma asneira para que a agulha da bússola fosse aferida sem delonga;
- quem, já exausto, fizera soltar da poli uma das muitas correias que acionam os cilindros e provocaram a paragem da máquina por entre uma chiadeira de cilindros a empapar, as correias a rodar em falso derretendo o alcatrão com que haviam sido untadas momentos antes, tudo para desespero do dono da malhadeira e do lavrador, mas com a aprovação em sussurro de todos os demais que logo se dirigiram para a sombra do carvalho ou castanheiro mais próximo.
Ainda que já não se cantassem as quadras de outrora[4], pois que o ruído das máquinas levava inelutavelmente a melhor sobre as gargantas ressequidas da pragana, sempre que a sede despertava alguém gritava em voz alta:
- Como se chama a vaca em espanhol?
Ao que todos respondiam em uníssono: “andúvia”!
E, prosseguia quem dera o mote, o bezerrinho?
Ao que todos respondiam em coro rejuvenescido: “anduvinho”!
Logo o lavrador anfitrião fazia avançar o garrafão de vinho doce e dois copos, sendo que desta repartição beneficiavam claramente Manuel Carolino e seu irmão José Miguel, os únicos a beber por um deles.
Absortos em tais pensamentos enquanto o forneiro fechava a boca do forno com a porta de ferro já carcomida pela ferrugem e com as dobradiças partidas, eram as mulheres quem davam início e alimentavam uma longa conversação enquanto o pão cozia.
Começaram por referir a fuga de mais um jovem mancebo na noite passada. A exemplo de muitos vilamendenses mais velhos, também ele transpusera a fronteira durante a ordem de um passador que, para tanto, cobrara as últimas economias dos seus progenitores. Partiu em busca de uma vida melhor, fugiu de uma guerra colonial que nada lhe dizia.
Do regresso nem pensar, pois que depressa passará a refractário e, consequentemente, será emitido mandado de captura para cumprimento de pena de prisão. Cumprido o mandado, seguiria para uma das Casas de Reclusão da zona militar onde deve assentar praça e, cumprida a pena de prisão, integraria uma companhia ou batalhão para, decorridos três meses de instrução, rumar a terras de áfrica em algum navio, mormente «Santa Maria», «Vera Cruz», «Príncipe Perfeito», «Infante D. Henrique», etc..
Prisão que lhe teria sido aplicada, por certo, pelo tribunal judicial de Almeida, caso tivesse sido detido a transpor a fronteira na área territorial daquela comarca que se estende, a sul, para além de Vilar Formoso.
Não tarda, é certo, que por ele virão dois soldados da Guarda Nacional Republicana do Posto do Marmeleiro, trajam botas sobrepostas por polainas e grandes sobretudos verdes. Vistos ainda no limite do que a vista alcança, logo as galinhas são recolhidas e uma ou outra porta de casa se fecha para que não ser prestada qualquer informação. 
Mas falam, também, dos que partiram para a guerra em cumprimento da ordem do ditador que, no início da década dissera naquela voz aguda tão singular: “rapidamente e em força para Angola”. Fazem-no sussurrando o nome de Salazar por receio à PIDE/DGS que, dizem, tem ouvidos em todo o lado.
E elevam os olhos ao céu quando pronunciam o nome de quem por lá caiu em defesa da pátria, e fica no ar o pedido: “Que Deus tenha!”.
Mais falam de estórias de galhardia, amor, paixão e desventuras, mas também de intrigas e desavenças entre famílias que vêm de longe por divisão de águas comuns, servidão de passagem, demarcação de estremas, casamentos rejeitados, …
E falam, ainda, do futuro da aldeia com as novas obras que se avizinham, nomeadamente a (re)construção da estrada que liga a aldeia a Vila Fernando e à Santana da Azinha, mediante o alargamento generalizado da existente e com novo traçado (mais rectilíneo) a espaços (actual Avenida Motard no prolongamento da Rua do Pocigo ao Alto das Lombas e do Pinhal do Grilo à estrada que liga Vila Fernando ao Monte Carreto) e a reconstrução da Capela.
A pouco-e-pouco começa a brotar da fornalha o odor a pão cozido. O forneiro levanta-se, retira a porta da boca da fornalha, pega no lampião espreita o interior da fornalha e observa:
- Está quase!
Um dos pirralhos, adormecido no regaço de sua mãe, logo levanta a cabecita e, ainda estremunhado, alerta os demais para em grau de prontidão se prepararem para o assalto aos pães em formato de pato. De nada valerão, por certo, as recomendações dos progenitores de que o pão quente faz mal à barriga.
Os demais presentes que não fazem parte da casa de uma das duas famílias preparam-se para sair do forno, deixando em recato as duas famílias e calando o estômago de um apetite que já se faz sentir – lá diz o povo “olhos que não vêm …”
Um deles dirige-se ainda à boca do forno, acende numa das brasas o cigarro que o há-de iluminar até casa.
Outro, apoia as mãos nas pedras para se levantar lentamente, já de pé leva as mãos aos quadris, puxa as omoplatas para trás num estranho espreguiçar de quem sofre das costas, fecha ou abotoa o casaco e arremata a conversa em tom conformista de quem nada mais espera do futuro que não seja a saúde para ganhar o seu sustento e dos seus:
- Haja saúde, coza o forno, e o pão seja para nós!

José Eduardo (4 de dezembro de 2013)

Post-scriptum – Quis o acaso que o presente texto tenha sido redigido no dia em que Portugal viu inscrita a sua dieta alimentar (mediterrânica) na lista do Património Imaterial da Humanidade. Dieta à base de alimentos sazonais e ricos em fibras, como pão, frutas e legumes, reduzidas carnes vermelhas e o azeite como principal gordura que contribui para uma maior longevidade dos seus utentes em relação aos habitantes dos países desenvolvidos como os do Norte da Europa e Estados Unidos da América.
Por ser justo e devido, termino com o agradecimento aos meus pais pelas informações que à distância me deram sobre factos ocorridos até meados da década de sessenta, bem como dos ensinamentos deles recebidos na arte de amanhar a terra, semear, ceifar, colher, arrancar e tudo o mais que a lavoura encerra.
   





[1] As ruas são seculares, mas a toponímia é recente – aprovada em reunião ordinária da Câmara Municipal da Guarda realizada no dia 22 de setembro de 2009. Estranhamente, omitiu-se qualquer alusão Largo da Amoreira, ou mesmo do Chafariz, por certo nomenclatura consensual na população vilamendense.

[2] O alqueire não contém uma medida certa, introduzido pelos árabes com a designação (al kayl) e sujeito a sucessivas intervenções régias ao longo dos séculos, levaram a que no século XIX se registassem as seguintes discrepâncias:
- 13,1 litros no litoral entre Aveiro e Lisboa;
- 13,9 litros, um pouco por todo o país;
- 14,9 e 15,7 litros, sobretudo no interior e no sul;
- 17,0, 17,5 e 19,3 litros, quase exclusivamente no Entre-Douro-e-Minho.
[3] Outrora, a troca era direta, o lavrador levava o grão ao moinho hidráulico, e o moleiro retirava para si uma maquia que rondava 4 medidas de 1,5 litros por cada fanega (4 alqueires).
[4] Respingam-se algumas quadras de tais cantares:
Nosso amo tem uma vaca,
Também tem um bezerrinho;
A vaca chama-se andúvia,
O bezerro anduvinho.
(…)
Nosso amo anda triste,
Por o Sol já ir baixinho;
Não se entristeça meu amo,
Que o Sol vai devagarinho.

Ao dar da palha, ao dar da palha,
Ao dar da palha, ao dar da beira,
Venha o vinho, venha o vinho,
Venha o vinho à carreira.”

terça-feira, 24 de junho de 2014

Fecho da Escola de Vila Fernando

Parece que a Escola de Vila Fernando é uma das que está prevista para fechar. Digo parece, porque a lista ainda não será oficial. Quando o for, farei um comentário... Triste sina a da nossa Freguesia, a da Guarda e a do Interior, como tal...


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Torneio Futsal Caria- participação de Vila Fernando

 Nesta fotografia falta o Rui, o Rui Carreira e o Nélio
E nos quartos de final fomos eliminados. Temos de melhorar os índices físicos.
Torneio bem organizado, com gente simpática e acolhedora. Parabéns à União Desportiva Cariense.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

IV Torneio Futsal Caria- participação de Vila Fernando

Voltámos a ganhar, o que nos permitiu passar em segundo lugar à fase seguinte.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Formação- Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos

Numa óptica de de serviço público e de serviço à comunidade, a Associação vai ceder o espaço do salão para a realização da Formação abaixo descrita. A empresa formadora é a Zona Verde e Corso Lda. com o apoio da Junta de Freguesia de Vila Fernando. Informações adicionais na Junta de Freguesia.

"APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS
 (Fungicidas | Herbicidas | Insecticidas | Algicidas | Moluscicidas | Acaricidas | Nematodicida)
 Obtenção do Cartão de Aplicador de acordo com o DL 173/2005 de 21 de Outubro
 (Aplicação de fitofármacos sem formação está sujeito a uma coima cujo montante mínimo é de  250€ e máximo de 3700€, ou mínimo de 500€ e máximo de 44 000€, consoante o agente seja pessoa singular ou colectiva)
 OBJECTIVOS
 Capacitar os participantes para a aplicação segura dos produtos fitofarmacêuticos.
 CONTEÚDOS
 Introdução à Acção de Formação, Definição de Produto Fitofarmacêutico, Legislação em Vigor, Segurança na Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos, Redução do Risco Para o Consumidor e Para o Ambiente na Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, Boas Práticas Fitossanitárias, Materiais e Técnicas de Aplicação, Acidentes com Produtos Fitofarmacêuticos, Avaliação Final.
 DESTINATÁRIOS
 Agricultores, Trabalhadores Agrícolas e Rurais, Trabalhadores por Conta de Outrém, Mão-de-Obra Agrícola, familiar ou que aplique ou venha a aplicar Produtos Fitofarmacêuticos.
 CARGA HORÁRIA  - 35 Horas
 HORÁRIO – Pós-Laboral ( dias a combinar )
 INSCRIÇÕES - Mínimo-12; Máximo-14 pessoas
 CUSTO – 123,00 € ( IVA Incluído) por participante; 30,00€ subsidiados pela Junta de Freguesia de Vila Fernando                          
 CUSTO FINAL – 93,00 € ( IVA Incluído)
 Acção de formação HOMOLOGADA pela DRAP - Direção Regional de Agricultura e Pescas da região de realização do curso."


segunda-feira, 9 de junho de 2014

IV Torneio Futsal Caria- participação de Vila Fernando

A 3ª parte 
 O jogo
As meninas do bar 
Na segunda jornada perdemos contra a equipa que foi campeã distrital em Castelo Branco jogando pela União Desportiva Cariense. Fisicamente a nossa equipa não está, ainda, ao melhor nível.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

IV Torneio Futsal em Caria- Participação de Vila Fernando

Começou, no pretérito dia 30 de Maio, o IV Torneio de Futsal organizado pela União Desportiva Cariense em Caria, no concelho de Belmonte. A prestação de Vila Fernando começou com uma vitória por 2-1. O próximo jogo de Vila Fernando será no dia 7, sábado, às 22h contra o JC canalizações/Espaço Café Teixoso. A equipa de Vila Fernando tem o apoio da Associação de Vila Mendo; Antunes Conde Clínica Dentária; Isidro Pires da Silva Construções, entre outros. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Filhos da Terra- Acácio Pereira/Tiago Gonçalves

Mais dois artigos de opinião dos nossos conterrâneos publicados na imprensa escrita regional. Acácio Pereira no jornal O Interior que pode ser lida AQUI e Tiago Gonçalves no jornal Terras da Beira (não está disponível em versão digital).
Uma pequena "provocação" a ambos: para quando uns artigos sobre Vila Mendo ou pelo menos umas referências?!.