Adeus querida Mãe. Adeus "Lula".
terça-feira, 27 de junho de 2023
segunda-feira, 26 de junho de 2023
sexta-feira, 23 de junho de 2023
A cultura de cancelamento ou o cancelamento da Cultura
(Publicado originariamente no jornal A Guarda na edição do dia 15 de Junho)
Estranhos estes tempos em que não há tempo para parar. Pensar. Reflectir.
O tempo… que passa (ou não passa) reforça em nós um sentimento de uma certa impresença, pelo que não fizemos, pelo que fazemos, pelo que desejamos fazer.
De facto, passamos o tempo enredados no passado, preocupados no futuro, e o presente deixamo-lo ir na esperança (não real) de um Amanhã salvífico que acabe com todos os males do Ontem. Nos entretantos, o Hoje, já não é!..
Estranhos estes tempos… em que se perde tempo (que não se tem- algumas vezes; não se quer ter- muitas vezes; ou não se sabe ter- imensas vezes) com questões que não deviam (?) sequer alcançar o limiar de uma questão no nosso pensamento, muito menos na linguagem, expressa como temática de discussão pública: a denominada cultura de cancelamento. Nomeadamente nos livros, na literatura (mas nas restantes artes em geral).
Esta não-questão, transformada em confrontação, parece estar para durar. Aqui chegados, e infelizmente aqui situados, há razões para se analisarem.
Esta moda do politicamente correcto (que de correcto só na incorrecção) nasce da clivagem ideológica e do excesso de identidade. Paradoxalmente, num mundo altamente globalizado o medo de perdermos referentes identificativos com um grupo, uma comunidade, um povo… leva a extremismos tanto ideológicos como identitários em que ambos se acabam por fundir e confundir: o eterno Eu contra o Outro, num plano onde simples palavras, expressões, conceitos… se tornam armas de arremesso no reforço de um lado, pretensamente desrespeitado.
Numa cegueira de se querer apagar qualquer tipo de suposta discriminação (presente, passada ou futura!) tenta-se que nos livros palavras, frases, textos, temáticas sejam apagados, substituídos … reescritos. E um sem número de questões se levantam: qual o direito e quem tem o direito de alterar a letra de um autor? Se ele escreveu aquilo, é aquilo que tem de constar (bem basta o trabalho meticuloso e melindroso da Tradução).
Qual o direito e quem tem o direito de decidir que autores e que temáticas são alvo de revisão? Que critérios? Terreno pantanoso.
Qual o direito de sermos nós hoje a decidir o que as pessoas do futuro podem ler? Que direito temos nós, hoje, de os privar, e de os privar de decidir sobre o que ler e conhecer?
Quem são os ofendidos sobre determinadas palavras, textos, temas..? Aleatório exemplo particularizado: se um conjunto de cidadãos negros consideram um texto que evoca, que fala da colonização e da escravatura de uma perspectiva em que se sentem desconfortáveis, serão eles representativos de todas as pessoas negras e do seu sentir? E ainda mais interrogações se desnovelam ou enovelam numa novela de apreciações e considerações por demais importantes e não menos angustiantes.
Com certeza que há livros muito bons e muito maus (e no permeio ainda mais). Mas daí a querer expurgar os que supostamente não prestam, vai um limite muito grande. Cada qual lê o que entende, não que lhe impõem (quando muito, o que lhe propõem). Por isso mesmo vivemos em democracia e temos capacidade de escolha. Querer que uns escolham pelos outros tem um nome: Censura! Qualquer reescrita de livros enquadra-se nisso mesmo, pelo que este assunto deveria ser, à partida e não à chegada; um não-assunto.
O caminho de cancelar, alterar, reescrever palavras, temas, textos (e seus contextos) levaria a que em cada época se pudesse rever sistematicamente essa literatura, o que conduziria a uma desvirtuação complexa (e completa) da mesma. A literatura tem um tempo e um lugar e um pensar que deve ser respeitado e nunca alterado. E se o for, só pelo autor… e em última instância poderíamos mesmo questionar: o criador tem ele próprio “legitimidade” para o acto de reescrita substantiva da sua própria criação?!.
Estranhos estes tempos!..
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quarta-feira, 21 de junho de 2023
sexta-feira, 16 de junho de 2023
quarta-feira, 14 de junho de 2023
Sugestão de leitura
Uma biografia bastante interessante, de uma figura irreverente tal como a sua escrita e o seu pensamento (feminino); profundamente contraditório e... coerente. Para se ir lendo.
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segunda-feira, 12 de junho de 2023
quarta-feira, 7 de junho de 2023
Felicidade. Utopia ou simplicidade?
(Publicado originariamente no jornal A Guarda na edição do dia 1 de Junho)
Almejo inquietante este! Busca incessante. Prenhe de contradições, dúvidas e interrogações. Nunca alcançada. Jamais desistida!
Enquanto seres humanos procuramo-la como exigência primeira; sentida (desde sempre) por todos; mais, ou menos consciente. Esbarra (desde sempre) na fatalidade histórica (do mal) e como tal vivemos num mundo não de felicidade, não de desgraça: existimos na ambiguidade que permeia ambas. E é nela que temos de aprender a viver, às vezes a sobreviver.
Perante as diversas crises circunstanciais de que a civilização é fértil e dentro da crise global da humanidade, alcançar a felicidade vai para além da condição humana. Contudo, e conhecendo (melhor) essa nossa própria condição, temos de estar cientes que existimos na contradição, constante e inconstante; e por tal devemos recusá-la, tentar atenuar os seus efeitos, através de um profundo trabalho de compreensão individual e colectiva, encontrando formas e fórmulas que nos permitam diminui-la, amenizar a dor da existência (livre).
O crescente esvaziamento ou mesmo substituição dos valores humanos pelos valores do êxito puro e duro e palpável sem olhar a meios, conduz a uma sociedade de desprezo, de desprezo pelo Outro, de desprezo de uns quantos sobre muitos, de muitos sobre uns quantos. O poder e o dinheiro, a força e as armas assumem papel reverencial e principal em que se impõe o medo e o terror de uns poucos a tantos, causando sofrimento e miséria desde os primórdios numa inumanidade cíclica, de que o holocausto foi exemplo máximo (de que a guerra na Ucrânia nos lembra, hoje).
A ausência e a decadência dos valores humanos leva a que as pessoas acreditem que nada tem sentido (ou só o seu próprio sentido, parcial, profundamente narcísico), e quando assim é tudo se justifica numa pretensa superioridade de quem é mais forte e tem poder, e tudo pode, e nada deve, e nada teme.
É dever de todos nós lutar esta luta interminável (algum dia será?), de combater e contrariar a lógica de que a razão está nos mais fortes, nos que têm poder (logo êxito) e não na justiça.
O excesso de realismo e pragmatismo conduz inevitavelmente o Homem a caminhos de desconsideração e opressão (o eu contra o outro, o nós contra vós), de desconfiança e rejeição (últimas). Quando o que conta é a eficácia como tal, a eficácia do poder e da força torna-se difícil aspirar a algum tipo de felicidade, uma vez que isto origina as mais ignominiosas desigualdades. Cada um de nós, na mais modesta das existências, pode lutar (expondo, alertando, denunciando) contra as injustiças, contra os abusos tais, contra as intolerâncias mais…
A indiferença do não querer ver, não querer ouvir, do não querer saber (que origina a não acção e a não condenação veemente) faz-nos cúmplices do mal e das maledicências do Homem. Temos a missão (porque temos as forças interiores necessárias) de combatermos a Força (e as forças exteriores) que desumanizam e fazem desumanizar o homem numa contínua queda: a “Queda do Homem”!
Ainda assim, temos uma força (natural? divina? ambas?) substancial e substanciada: a força da Vontade. do Querer. do Ser. melhores!
A vontade que emana e se consubstancia na Esperança e na Justiça. Na esperança (que não pode deixar de ser… real) de que o ser humano se transcenderá em… humanidade fraterna. Onde o Bem-Comum será o alfa e o ómega do Existir.
Na esperança de que o Homem continue a progredir na consciência do papel que ele próprio desempenha no seu destino e fim- em que eventualmente a fé (moderada? racional? racionada?) pode ajudar sem que o limite…
Na esperança de que essa progressão de consciência gere uma riqueza de experiência que nos ampare no Caminho… da Vida… da Felicidade!
Utopia ou simplicidade?!.
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segunda-feira, 5 de junho de 2023
Juvenis NDS
Cerimónia de entrega de faixas de campeão à equipa de Juvenis referente à conquista do Campeonato Distrital de sub-17 e consequente subida ao Campeonato Nacional de Juvenis, no pretérito sábado no campo de jogos do Zambito.
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