Encontro Distrital de Associações Juvenis
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
terça-feira, 28 de novembro de 2023
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
Portugal e a Guarda e os Arreliados
(Publicado originariamente na edição do Jornal A Guarda do dia 16 de Novembro.)
O milagre do surgimento, da consolidação e continuação do nosso Portugal enquanto estado-nação, enquanto território identitário e unitário impregnou-nos de elementos constitutivos especiais (ou pelo menos exponenciais) como Povo: no seu sentir e (não) agir.
Um desses elementos, uma dessas características- não só nossas, mas muito nossas- revela-se na inconstância constante como nos apresentamos ao mundo (e como ele se nos apresenta): com trejeitos de sapiência e excepcionalidade ímpares na sua análise e enfrentamento; revela-se na “mundidisplicência” com que que nos perdemos em múltiplos falares e poucos dizeres; e em tanto e em tanto nada:
Somos um país de arreliados!
Arreliamo-nos por isto e por aquilo; com este e aquele, com o outro e o outro e… connosco próprios. Nunca estamos bem. Se assim melhor doutra maneira, se doutra maneira já sabemos que melhor assim.
As arrelias- infinitas; os zangados- todos.
Podemos até (e como que um exercício algo inócuo, refira-se e sublinhe-se) dividir os arreliados em dois tipos: os Arreliados-de-Ocasião e os Arreliados-de-Profissão. Os primeiros (talvez os mais comuns, mas não é certo) são aqueles que se zangam em determinados momentos (e não noutros) quando o ímpeto grupal os leva a entrar na onda da arreliadice, tornando-se zelosos e bastante competentes até em tal desiderato. Mas tal como o ímpeto chega, assim se vai e os arreliamentos de há instantes dão lugar a uma disposição boa e aprazível, como se nada tivesse sido. Os segundos, esses, são mais complexos na arte da arreliagem; não dão ares da mais mínima polaridade, numa continuidade de registo mesmo em contextos mais informais. Formais, sempre, na arreliadade; não vá alguém pensar que estão a amolecer nas observâncias à sociedade e à comunidade- que vão de mal a pior, está claro! Estão em permanente arrelio e por isso são os arreliadados.
Na Guarda não seremos excepção, ainda que o quiséssemos e desejássemos (será?). Encontraremos dos dois tipos e, escarafunchando bem, encontraríamos um terceiro tipo (malfadada singularidade; ou antes confirmação da peculiaridade- dentro do portuguesismo e sua identidade- do Ser Guardense?!. Haverá mesmo uma identidade Guardense, em comunhão, mas que vá além- ou aquém!- da de Portugal?!. Bom: foquemo-nos ): os irreliados. Portanto, os negacionistas; aqueles que juram a gargantas juntas (e audíveis de sobra) que nunca se arreliam e raramente se zangam!.. que isso de arreliar é múnus dos outros, não deles que têm uma clarividência e postura acima de quaisquer arreliagionagem ou arreliajuntamentos .
Na Guarda, somos assim! Ou o seu contrário, vá!
Até pelo que vemos no espaço mediático (e ainda e sempre imediato) da nossa urbe (e ainda mais no que concerne à política- seus actores, comentadores e encorajadores- esse espaço de excelência na aprendizagem da arte e do ofício de bem arreliar, com a pompa do costume e sempre em circunstância), os Arreliados, os Arreliadados, os Irreliados andam por aí… com o pensamento e a voz continuadamente à cata de uma arreliece! Mas quem? Eu? Eu, não! Tu, sim. Nós? Jamais; os Outros, pois está bem de ver!..
Somos assim! E não poderíamos ser de outra maneira (ou poderíamos?!.)!
Que arrelia!
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quarta-feira, 22 de novembro de 2023
segunda-feira, 20 de novembro de 2023
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
quinta-feira, 16 de novembro de 2023
terça-feira, 14 de novembro de 2023
19º ENAJ
Beatriz; Júlio; Afonso; Rodrigo; Inês; Guilherme
O 19º ENAJ (Encontro Nacional de Associações Juvenis) em Ourem contou com a presença de uma delegação de Vila Mendo.Comitiva da FAJDG (Federação de Associações Juvenis do Distrito da Guarda)
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sexta-feira, 10 de novembro de 2023
terça-feira, 7 de novembro de 2023
sábado, 4 de novembro de 2023
a Guarda e os Comentários e os Comentadores
(Publicado originariamente na edição do Jornal A Guarda do dia 26 de Outubro.)
Com certeza que a Guarda não é excepção; com certeza Portugal e todo o mundo democrático padecem duma espécie de degenerescência-informativa (e formativa) na sua essência. Se os media tradicionais e mormente as redes sociais nos permitem conhecer mais, conhecer melhor, alertar, opinar (ou pelo menos comentar) e portanto proporcionar toda uma participação activa em benefício da(s) comunidade(s); não é menos verdade que, paradoxalmente, afasta, isola e conduz a conflitos permanentes- ora inconsequentes, ora pungentes.
Tendo por base as redes sociais abertas (e suas caixas de comentários) dos jornais, rádios, blogues e etc., bem como a “opinião” de comentadores é visível um clima de crispação, de azedume, de queixinhas, de confronto, de má educação… O respeito, pedra basilar de qualquer relação- da individual à comunitária- é constantemente… desrespeitado: não há filtros, não há mediação (coisa que, pelo menos, os media tradicionais deviam fazer) e assim tudo é dito, tudo é partilhado, tudo é comentado, tudo é analisado (sem análise consistente ou coerente, tantas vezes)… mas desse tudo pouco é reflectido. Todos têm “opinião” sobre tudo e sobre todos, mas poucos se apercebem do quase nada que transmitem- a não ser um narcisismo ilimitado.
E achamos que a liberdade é (só) isto! Quando pensamos que tudo podemos dizer e tudo nos é permitido dizer e da forma que queiramos estamos a enfermar a Democracia. Estamos a cavar fossos, trincheiras, a alimentar extremismos que irão, paulatina e assertivamente, aniquilar o nosso mundo livre. É o que fazemos aos poucos com a verborreia nas redes sociais (insociais), com a saga (quase que praga) de tudo comentar e de tudo dar a conhecer sem conhecermos verdadeiramente aquilo sobre o que nos manifestamos.
Se aos anónimos tendemos a não valorá-los (até porque nem eles se valoram), aos comentadores dos diversos órgãos de comunicação pede-se que sejam isentos (não-fácil, é certo); pede-se que não caiam nos vieses cognitivos que inquinam até a análise mais lúcida; pede-se que utilizem um tom respeituoso, mesmo quando discordando em absolutidade: pensar diferente não significa conflito imanente- esses conflitos que atafulham o espaço mediático e imediato com uma enormidade de questiúnculas insanáveis pelos fartos orgulhos.
Na Guarda, pede-se aos comentadores também e isso mesmo: que não se deixem levar pela crítica desmesurada e porque sim, pelo dizer mal para a obtenção de alguma vantagem daqueles que se apoia. Pede-se que conheçam as matérias de que falam e tenham uma visão de conjunto que não esteja espartilhada em múltiplas situações isoladas. Pede-se que mantenham a contenção verbal na discordância e mesmo na concordância. Pede-se que ajudem a colocar os assuntos em contexto, que aportem soluções possíveis (pinceladas por idealismos impossíveis). Pede-se que que caminhem na esperança (real) sabendo que a adversidade espreita a cada passo. Pede-se que abracem ilusões pragmáticas num mundo de desilusões programáticas. Pede-se que se reflictam e assim nos ajudem a reflectir melhor a nós.
Pede-se tanto, que de tanto pouco importa. Sobra o resto. Que é muito!
Aos comentadores-faladores de ocasião (anónimos ou não) pede-se comedimento reflexivo e aproximativo (a vida não é a preto e branco; não tem de ser o Nós contra Vós). Aos media locais pede-se a simplicidade-complexa da informação e mediação. A todos nós, pede-se tolerância permanente e… tolerância exigente.
No fundo, e como que um desejo secreto ou aberto, como que uma “teleologia”, o que todos os comentadores quereriam era ser fazedores-de-opinião. Mas isso… está ao alcance de uns poucos eleitos (não-eleitos)!
A opinião deve andar de braço dado com o Bem-comum.
Simples. Complexo. Agora. Sempre.
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