segunda-feira, 29 de abril de 2013

Momentos

Vila Mendo On Tour- Melgaço- Outubro 2012
Santiago/ José "Albino"/ Afonso

Neve na Guarda

Hoje

sexta-feira, 26 de abril de 2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Entrevista- Padre Ângelo


                         
Quem é o Padre Ângelo?
Uma pessoa de 31 anos que se colocou e, todos os dias, coloca ao dispor de Deus para servir aqueles e aquelas que estão ao seu redor. Uma pessoa que tem como ideal deixar-se seduzir todos os dias pela Palavra de Deus e vive-la todos de coração e braços abertos. Uma pessoa que acredita que a vida sem palavras sentidas e pensadas não é vida verdadeira. Uma pessoa que acredita que as obras valem mais muito e que o amor vence tudo. Uma pessoa que, apesar de por vezes abrandar no sorriso, quer aprender todos os dias a sorrir e a ser e dar esperança aos que precisam e a procuram. Uma pessoa que tem como Mestre o Senhor Jesus.
Como foi o despertar da tua vocação?
Não foi um “clik”. Foi um conjunto de circunstâncias que fez descobrir e aumentar a fé, solidificar as decisões e continuar a descobrir os caminhos. A família teve e continua a ter um papel fundamental, mas também todos os que são desafiadores da vocação como tsunamis devastadores e como águas tranquilas.
Sendo um Padre novo, de que maneira pensas que as pessoas te olham? O que achas que elas esperam de ti?
Respondo de coração aberto. Houve tempos em que tinha uma preocupação extrema com o que os outros pensariam de mim, mas neste momento não tenho esse pensamento e muito menos essa preocupação. Sei que se espera muito do padre. Que o padre seja isto ou aquilo e que seja desta maneira ou daquela. Que seja à imagem e semelhança de cada um. E esta é a maneira que eu não me quero tornar: a imagem e semelhança de cada um e da vontade de cada um. Por opção eu quero ser a imagem e semelhança de Deus e seguir a Sua vontade. E é isto que todos devem esperar de mim. Que eu siga a vontade de Deus. Se alguma vez eu não o esteja a conseguir fazer quero que, no espírito da correção fraterna dos cristãos, alguém tenha a humildade de se aproximar de mim e dizer-me.
O que é ser padre hoje, tendo em conta que a sociedade apresenta sinais evidentes de uma laicização galopante a todos os níveis? Aliás, faz sentido ser padre hoje? Faz sentido “carregar essa cruz” que é levar a Boa Nova, a mensagem de Jesus a um mundo que às vezes, parece, não estar receptivo, pelo contrário?
Ser padre faz sentido sempre. Ser padre é estar disponível para servir e para amar a todos.  Um amor que se faz doação e que se faz orientação na vida. “Dar-se por amor” compreende-se. Aceitar orientação segundo o amor de Deus, já não se aceita tanto. Talvez, digo eu, esteja aqui uma das causas da laicização: não aceitar o amor de Deus. Fruto provável de uma ignorância religiosa a que as comunidades foram votadas durante décadas. Sabe bem iniciar caminhos novos de anúncio, em que se redescobre a essência do ser cristão e de Deus que se revela em Jesus e se torna presente no Espírito Santo. Esta é a cruz que vale a pena “carregar”, mas que ainda poucos cristãos não estão entusiasmados a pegar e levantar bem alto.
Qual a tua perspectiva em relação a alguns temas polémicos como o celibato dos padres, a ordenação de mulheres ou o uso do preservativo?
Porque são polémicos deixo-os para serem tratados noutros ambientes e para que as minhas palavras escritas não sejam mal interpretadas. Digo simplesmente: são orientações e todos somos livres de as aceitar ou não. No assunto que me diz respeito eu aceitei-o e tenho-o aceitado. Foi a minha opção.
Quais as  tuas expectativas em relação ao Papa Francisco?
Um homem que usa palavras simples e diretas para que todos compreendam a essência da beleza de Deus e do que é a religião. Não tem medo de tratar as coisas pelo nome. Pelo que parece, é de uma “frescura” e “acutilância” de palavras que agrada muitos e não agrada alguns. Neste ainda curto espaço de tempo do pontificado os seus gestos têm mostrado que a aproximação e a simplicidade são os melhores meios de comunicar o amor de Deus e não há que ter medo disso.
Muitos pensarão que o papel do padre é “dizer missa” e pouco mais. Achas que isso não resultará (à parte da falta de vocações) de uma falta de estratégia diocesana no que concerne à pastoral como tal, e isto não será consequência da não realização de um sínodo diocesano, há tanto desejado, que pense, oriente, balize e concretize toda a acção pastoral e não só?
Uma questão muito pertinente, tendo em conta o serviço que ocupo na diocese enquanto coordenador pastoral da zona centro. Muitos e muitas reduzem a atividade do padre a celebrar a missa e senão há missa é sinal que “o padre não faz nada” ou então “já não temos na terra”. Isto é fruto de uma falta de abertura dos padres a fazerem outras atividades e falta de coragem (ou vontade) de consciencializar as comunidades para uma Igreja que se reúne para a Eucaristia, mas também para muitas outras coisas: catequese, caridade, convívio, e mais recentemente para os grupos bíblicos.
Desde 2007 que foi lançado o desafio que cada Arciprestado tivesse um Conselho Pastoral Arciprestal. Este Conselho é constituído por um representante leigo de cada paróquia que, em diálogo com os representantes das outras paróquias e os padres do arciprestado, programam e orientam a pastoral do Arciprestado. O primeiro CPA criado foi o do nosso Arciprestado do Rochoso cuja representante da nossa paróquia é a D. Maria da Graça Amarelo. Já se reuniu por 9 vezes. Neste momento a Diocese já tem mais alguns criados e o programa pastoral a ser debatido brevemente para os próximo anos pastorais de 2013 a 2017 vai contemplar esta estrutura, bem como o Conselho Pastoral Diocesano (no qual o nosso Arciprestado tem um representante eleito de entre os representantes de todas as paróquias). No ano de 2017 vai haver Assembleia de representantes onde serão refletidos e apresentadas orientações pastorais concretas para a Diocese. Estas Assembleias de representantes terão a preparação anterior de 3 etapas concretas em que todos os intervenientes vão revisitar documentos do Concílio Vaticano II. Não para lembrar, mas para insuflar o espírito do Concílio nos tempos de hoje.
Se me perguntam se esta estratégia chega?  Não sei. Mas já é alguma coisa para que se tomem algumas decisões pastorais que comprometam a Igreja enquanto Igreja Diocesana.
Focalizando a tua acção e o exercício do teu ministério na Paróquia de Vila Fernando, o que aspiras, com o teu apostolado, conseguir com estas nossas gentes?
Na nossa paróquia,… nas nossas gentes,… a minha única aspiração é conseguir mostrar quem é Deus e o que faz o amor de Deus no coração da humanidade. Penso que na vida de alguns e algumas isso tem sido conseguido. Mas não há fórmulas mágicas. Se todos nos deixarmos mais inebriar pela Palavra, depois conseguiremos conviver melhor uns com os outros. Este é o caminho!
Como vês a Paróquia de Vila Fernando, logo a freguesia em termos políticos, económicos, culturais, sociais e associativos? Qual o teu relacionamento com a sociedade civil da freguesia?
Nunca entrei por caminhos políticos nem vou entrar agora. Mas a nossa freguesia padece de ter muitos lugares (anexas) o que faz com que haja uma desfragmentação e uma certa “desunião”. Não em tom de crítica destrutiva, mas construtiva, seria melhor haver um espírito de unidade entre alguns e entre todos. Vivemos na mesma terra e só na unidade é que crescemos em sabedoria, cultura e sociedade.
Que projectos seriam, na tua óptica, importantes para o desenvolvimento da freguesia? De que maneira a Igreja, que tu representas, pode ajudar?
Vila Fernando está a três passos da cidade. Isso há uns tempos atrás significava mais do que agora, mas ainda significa alguma coisa hoje. Diria duas coisas que poderiam ser pensadas a curto prazo e que acho já estarem a ser dialogadas: habitação e qualidade de vida.
A comunidade cristã está de portas abertas, como sempre esteve, para acolher, dialogar e viver em prol da dignidade da vida humana.
Que te diz Vila Mendo?
Uma das localidades da freguesia que demonstra ter uma grande vitalidade através de um conjunto de pessoas que mantém a sua ligação afetiva à terra que os viu nascer e crescer. Vila Mendo é sinónimo de movimentação, paixão pela terra e de tantas outras coisas que andam sobre “rodas”… Mas também é sinónimo de fé. Não posso esquecer que um dos testemunhos de fé mais impressionantes que já conheci até hoje, foi em Vila Mendo.
Como te imaginas daqui a 30 anos? 
Não imagino
Queres deixar uma mensagem aos teus paroquianos?
Nunca percam a esperança. Deus sorri sempre para vós. Quando as forças estão em alta é Ele que voz mantém em cima, quando as forças estão em baixo é Ele que vos tenta levantar do fundo do poço. Confiem  n’Ele. Sejam verdadeiros uns com os outros. Em tudo e sempre coloquem o vosso coração e a felicidade brotará espontaneamente. 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Filhos da Terra- Acácio Pereira

Hoje, o Acácio dá uma entrevista ao Jornal i. Pode ser lida Aqui. Não perca. Na edição em papel, o Acácio não esquece as suas origens e na pequena "biografia" com que é apresentado lá vem : "natural de Vila Mendo, aldeia do concelho da Guarda". Muito, muito bem.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

estórias da Terra- Júlio Antunes Pissarra


As Calças.
Era um, quente, final de tarde de Agosto dos saudosos anos 80. Terminado mais um árduo dia de trabalho a “malta” de Vila Mendo juntou-se aos “tanques” para uma alegre cavaqueira, saciar a sede e aliviar o calor, com a refrescante água do nosso Chafariz. Nesses tempos quer fosse fim-de-semana ou meio da semana, praticamente todas as noites concluíam na Discoteca da moda [“Night and Day”- Alto de Pêga].
Quem vai, quem não vai…! Eu, o meu Amigo e Primo Zé Gonçalves e o meu Amigo (agora também Primo) Víctor Soares decidimos ir! Depois de jantar, e chegada “a” hora, aí vamos nós para a “noite”! A viagem realizou-se numa carrinha de transporte de gado que pertencia ao meu Tio José Marques (pai do Zé). Chegados à Porta, da Discoteca, deparámo-nos com um problema:
- Zé, o teu primo vem de Calções, não pode entrar! – disse o Porteiro.
- Então porquê? – questionou o Zé.
- São regras da Casa! - respondeu o funcionário.
- Mas já vi aí dentro várias Mulheres de Calções! – disse eu.
- Mas com as mulheres é diferente!!! – exclamou o Porteiro.
- Esta é boa! Vimos de Vila Mendo, chegamos aqui, e não entramos?! – respondeu o Víctor.
Depois de duras negociações nem com a grande influencia que o Zé detinha, nesta Discoteca, conseguimos entrar. Então para não prejudicar os meus amigos sentenciei:
- Entrai vós, eu vou para a Carrinha dormir!
Aí o Zé foi perentório:
- Não, ou entramos todos ou nenhum!
- Vamos embora! Não estamos aqui a fazer nada! – disse o Víctor.
Aquilo que se ia tornar numa alegre noite estava-se a transformar num pesadelo. Na curta viagem para a Carrinha os três amigos mostravam a sua indignação e surpresa pelo sucedido. Mas será que tudo estava perdido…?
Quando entrávamos para o nosso meio de transporte, o Víctor disse:
- Zé, por vezes os teus irmãos trazem umas Calças, suplentes, para carregar e descarregar o gado. Vê lá se há por aí algumas!
Depois de breve busca, o Zé, carregado de felicidade, exclamou:
- Olha aqui uma Calças!!! Há! Há!
…e bonitas que elas eram!!! Cor bege, feitas de Fazenda da primeira qualidade, vincadas e com umas elegantes pregas! Mas o desejado objeto de roupa não tinha, nesse dia, as condições mínimas para entrar no referido espaço noturno. Estava completamente amarrotado, cheio de grandes nódoas e abarrotava de sujidade seca (vulgo *M…) inerente ao trabalho que ajudava a desenvolver. Mas era o que havia…!
- Experimenta lá as Calças! – disse o Zé.
Quando as experimentei reparámos que me ficavam demasiado curtas, mas rapidamente solucionámos o problema. Fiz uma espécie de dobra, que dava o efeito de bainha, e assunto resolvido.
- Assim não me deixam entrar! – exclamei.
O Zé respondeu:
- Então não queriam umas Calças? Já as tens vestidas! Vamos embora!
Depois de muitas gargalhadas tocámos à campainha da Discoteca. A porta abre-se e o Zé dirige-se, apontando para mim, ao Porteiro e diz:
- Agora já pode entrar?!
O Porteiro, com um sorriso de espanto perante o cenário que tinha à sua frente, não sobe o que responder. Então o Víctor sentenciou:
- Não querias que o rapaz vestisse umas calças?! Aí as tens!!!
Resignado e espantado, o porteiro, não teve outra alternativa.
– Sim… agora pode entrar… mas…, senta-se lá a um canto. Pode parecer mal!
- Para me sentar a um canto prefiro não entrar! – respondi.
Entrado na Discoteca assumi a postura normal que sempre tinha quando frequentava esse espaço. O Zé logo fez questão de publicitar a situação e, com o seu sorriso matreiro, dirigiu-se às minhas primas Guida e Paula que, também, diariamente frequentavam esta Discoteca:
- Já vistes o vosso primo? – Não – responderam. – Mas porquê?!
- Ide procurá-lo e depois dizei alguma coisa!
As minhas primas quando me encontraram ficaram estupefactas.
- Hhááá!!! – disse a Guida. – A minha alma está parva!!! – exclamou a Paula.
Explicada a situação terminámos todos em enormes gargalhadas. Ao mesmo tempo questionávamos o porquê de não poder aceder, à Discoteca, com uns adequados calções e poder faze-lo com aquelas originais Calças!
Com muita dança e saudável convívio assim decorreu uma das noites mais divertidas da minha juventude! Importa realçar que nunca mais, até hoje, me senti tão observado como nessas “porreiras” horas!

                                                                   Júlio Manuel Antunes Pissarra

segunda-feira, 8 de abril de 2013

sexta-feira, 5 de abril de 2013

terça-feira, 2 de abril de 2013