quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Retalhos da Vida

Élio; Afonso; Júlio; Santiago
Quatro pessoas. Três gerações. O presente. O futuro... que é presente.
Retalhos da Vida... em Vila Mendo.

 

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Gentes de Cá

João; Guilherme; Cristina; Acácio Pereira; Amândio Marques

 

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

o Homem e o Bom-tempo

(Publicado originariamente no jornal A Guarda na edição do dia 7 de Setembro)

Estamos num tempo de apressamento. Sempre num afã por novidades (supostamente novas), por concretizações impossivelmente possíveis.
Rodopio de pensamentos, corrupio de acções e lamentos, quando não tormentos e padecimentos.Preocupados por tudo e com tudo, temos medo… medo do Nada!
Desse nada que é silêncio, que é solidão (não abandono, mas encontro); que é escuta e introspecção, logo descomunicação. Desse nada que se pacienta, mas não se tormenta. De um nada que é… Tudo!
Um tudo que não repele, acolhe; que não separa, congrega; que não negativiza, ampara; que não diz mal, orienta; que não impõe, propõe e dispõe.
De facto, temos medo de nós próprios; temos medo de estar connosco mesmos: medo de nos ouvir, de nos questionar e de não querermos saber (d)as respostas; (d)essas respostas… puras, profundamente duras. Esse não-querer-saber que nos aprisiona numa (ilusória) liberdade de acção, de comunicação, de presença; que mais não é do que uma ausência de nós mesmos… de um paradoxal apagamento de nós próprios, submergidos que estamos na “sociedade do cansaço” e que apesar disso não quer, não pode aquietar-se. Uma sociedade que quer estar sempre em relação, numa relação de expectativas (impositivas), de consumo, de dominação, de controle, de vigia… e sem que nos apercebamos que a proximidade que estabelecemos a todo o momento com o outro, nos afasta mais e mais… porque o não toleramos nem à sua diferença; porque o invejamos e, às vezes, imitamos; porque não conseguimos pôr-nos no seu lugar (talvez porque nem sequer saibamos o nosso lugar).
Sabemos tudo, opinamos sobre tudo, criticamos tudo (e todos) como se tivéssemos soluções instantâneas, eficazes, quase que mágicas, e o Outro soluções de inutilidade. Enclausurados em pontos de vista ilimitados (mas profusamente limitados), construímos a (nossa) realidade como verdade total. E a sociedade fica espartilhada em realidades díspares, em verdades ímpares.
Este espartilhamento conduz, por sistema, a uma conflitualidade latente, presente em todas as dinâmicas da sociedade- a razão assiste-me a mim e aos meus (quando os há); tu e os teus sois desprovidos dela (sempre, ou quase)!
Num tempo de excesso de informação, de comunicação, deixa de haver mediação (crucial) dos media tradicionais- não há filtros, não há ponderação; tudo se pode dizer, nada se pode dizer; tudo se pode ouvir, nada se pode ouvir. Esta cultura de confrontação criada, não deixa espaço para o bom-senso, para o bom-tempo. Um tempo de que todos necessitamos para suportarmos e configurarmos as agruras (e as virtudes) da existência individual e colectiva. Um tempo de paragem, de análise profunda de quem fomos, de quem somos, de quem queremos ser. De modo a que consigamos interagir com o Outro de forma produtiva e valorativa, sem o desprezar e menosprezar, para que a humanidade seja um… Nós- verdadeiramente transformativo.
Precisamos de silêncio. Precisamos do silêncio… verdadeiramente significante.
Precisamos do Bom-tempo!


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

sábado, 2 de setembro de 2023

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Identerioridades- teatro

O espectáculo de teatro de Vila Mendo em Famalicão da Serra


 

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Momentos

Despretensiosos os momentos... como despretensiosas as gentes... de Vila Mendo.

 

terça-feira, 22 de agosto de 2023

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

domingo, 20 de agosto de 2023

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Actividades

 Amanhã dia 15, haverá caminhada, almoço e jogo de futebol com as Velhas Guardas na Associação.

domingo, 13 de agosto de 2023

Identerioridades- teatro

Próxima apresentação, dia 26 de Agosto...

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

o Homem e a Ausência

(Publicado originariamente no jornal A Guarda na edição do dia 20 de Julho)

A vida é princípio do fim. Fim que é princípio para aqueles que acreditam na eternidade da existência.
A vida é viagem. É destino. Mas importa a viagem se não há (ou não se vislumbra) destino? Importa o destino se a viagem é incerta, dura, trágica, tantas vezes?
A vida é presença. É ausência. De facto, a humanidade anseia por presença (física- agora também virtual). Num tempo em que há um afã assoberbado e acrítico pela novidade (suposta), o homem quer estar em todo o lado, a todo o momento com todos e quer que todos, a todo o momento estejam em todo o lado com ele; num excesso de presença que se impacienta, que não se reserva nem se silencia: uma presença de sucessivos presentes… eternos.
A cultura moderna quer sondar, desvelar e revelar intimamente todos os mistérios e submetê-los; agrilhoá-los por meio do conhecimento …total, por meio de uma racionalidade… total- optimista. Uma cultura de Presença, do revelado por oposição à Ausência e ao velado. Como o modelo de racionalidade absoluta não conseguiu (consegue) resolver os principais problemas da humanidade, nem muitos dos seus mistérios, estaremos agora numa cultura de pós-modernidade- pessimista. Sem saber onde se deve ou pode respaldar. E esta mesma cultura que celebra a presença e aquilo que é manifesto coloca de novo a hipótese do invisível, do mistério, do intocável, do insondável, do não revelado … mas não necessariamente Deus nem a cosmovisão que Ele propõe (e a religião impõe); antes microvisões, pequenas narrativas locais, fortemente identitárias, incoerentes e inconsequentes, não raras vezes. Por tal vivemos debaixo destas duas realidades concomitantes: a Presença e a Ausência (complementares e antagónicas ao mesmo tempo).
A própria religião (cristianismo) está fortemente ancorada na Presença- divina (são disso exemplos os sacramentos) e tem dificuldade em falar da ausência e do seu sentido; até porque Deus é, ou pelo menos também é, Ausência. Num tempo em que há uma ausência de sentido e nada faz sentido (o que ajuda e justifica- racionalmente- ao cometimento das maiores atrocidades e desumanidades) era importante que a religião (pese embora tenha sido e seja uma, ou mesmo a maior fonte de sentido existencial nas sociedades), propusesse um sentido para a Ausência.
A ausência, e particularizando nas nossas experiências vivenciais e entendida aqui e agora como a falta de; desaparição de; separação de… revela-se algo custoso, sofrido… sem sentido! Somos seres profundamente relacionais. O desaparecimento de alguém importante que connosco comungou de tantos momentos e de todos os momentos (bons e nem tanto), congrega em si mesmo um acto de profunda reflexão, de uma funda inquietação que nos leva a uma terrível, quase que terrorífica pergunta: Porquê? De resposta nenhuma. E fazemos outra: Para quê? De vislumbre nenhum. E acabam as perguntas… sem acabarem, nunca.
Também aqui precisamos do sentido para a ausência. O que nos leva a mais perguntas: Onde? Quem? Como?.. De resposta sumida. E acabam as perguntas… sem acabarem, nunca.
Ficam as memórias vivas! Vividas!
Ao Amigo TIAGO GONÇALVES.
À minha querida MÃE.
Às contínuas gerações de Vilamendenses que fizeram VILA MENDO e nos fazem (ainda agora) a nós.
A todos os que se amargam e se consomem com a(s) ausência(s)…
Ausência: presença sofrida!

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Identerioridades

O registo fotográfico e de vídeo do nosso espectáculo teatral em Muxagata e Cedovim, feito pelo município de Foz Côa, pode ser visto AQUIAQUI e AQUI


segunda-feira, 31 de julho de 2023

Castanheira

O passeio de motas 50cc na passagem por Vila Mendo


 

quinta-feira, 27 de julho de 2023

segunda-feira, 24 de julho de 2023

quinta-feira, 20 de julho de 2023

segunda-feira, 17 de julho de 2023

sexta-feira, 14 de julho de 2023

o Homem e a Verdade

(Publicado originariamente no jornal A Guarda na edição do dia 6 de Julho)

Estamos num tempo em que as sociedades se caracterizam por um excesso de comunicação, de presença e até de expressão; paradoxalmente estes excessos restringem a nossa liberdade (convictos nós do contrário): porque embebidos e embrenhados numa espécie de estridência-existencial em que de tudo queremos saber, em tudo aparecer, de tudo opinar- que não se satisfaz, e muito menos se apraz em descortinar, reflectir e só depois proferir. Este estado de permanente aceleramento emocionaliza-nos e assim ficamos mais susceptíveis a sermos altamente manipulados e enviesados, controlados e vigiados pelas esferas e estruturas do poder (político, económico…) e sem que nos apercebamos ficamos cegos da razão, da sensibilidade (logo da humanidade), da verdade como tal.
De facto, nesta cegueira não existe liberdade; existe (pelo acesso e arquivo dos nossos dados) previsão de comportamentos e respectivo condicionamento ao nível do subconsciente; como que uma liberdade-pavloviana...
Com a liberdade limitada, a verdade torna-se relativa e, por inerência ou consequência (ou até antecedência), a realidade deixa de ser… real: não importa muito o que aconteceu de facto, o que fizemos de facto; importa o que se diz e o que dizemos sobre esse facto. Criam-se assim narrativas dentro da narrativa que desvirtuam a verdade, uma vez que deixa de ser feita qualquer tentativa para a ver como qualidade objectiva. A nossa experiência, baseada num relativismo assoberbado, em referentes e pontos de vista (do real) díspares e contraditórios (como nós próprios), tornam-na complexa (e nunca completa), fragmentada (e nunca unitária) e não menos ilusória. Assim, a mudança ocorrida (e a ocorrer) na nossa experiência afecta profundamente a realidade e a sua percepção, a verdade e a sua dignificação.
Como sociedade, ficamos num mundo de inúmeras aparências, de múltiplos pareceres e dizeres e com isso extremamente divididos, entrincheirados em crenças, em conhecimento pouco fiável, em ideologias e utopias que conduzem a verdades ficcionadas ou a ficções verdadeiras que actuam em diversos níveis (principalmente na linguagem e comunicação) e que influenciam toda a vida contemporânea, uma vez que os factos objectivos contam menos que a emoção e a crença que se tem à partida (e à chegada) sobre eles.
Como indivíduos, a verdade e sua constante (e inconstante) procura é algo custoso, exige uma… exigente honestidade, uma profunda sinceridade, um profuso e contínuo esforço reflexivo para distinguir a boa-fé da má-fé das nossas acções e das nossas justificações. Árduo trabalho intelectual e moral. Sermos verdadeiros connosco mesmos não é coisa pouca, pois é recorrente mentirmos a nós próprios, fazendo uma passagem quase que imperceptível para o autoengano, e fazemo-lo quase que naturalmente: quem mente em boa-fé mente melhor e é mais convincente. Quando negamos a evidência de algo e quando rejeitamos a sinceridade reflexiva sobre ela, negamos a sua existência e a realidade do acontecido expurgando a recordação dura e dolorosa que nos faz sofrer e que queremos combater, impiedosamente. Torna-se uma negação útil, uma realidade alterada e distorcida, portanto falseada. Ainda que seja difícil negar que se fez uma dada acção visível aos demais, é muito simples modificar as motivações, as emoções que nos levaram a praticá-la. Assim o lembrado, quase que silenciosamente, passa a deslembrado e o (ainda) recordado, desvirtuado.
O Homem e a Verdade. Tão próximos! Tão distantes!! Na caminhada da Vida; labiríntica.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Gentes de Cá

Catarina; Júlio; César; Luís Filipe; Telmo

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Aurora

(fotografia de Júlio Pissarra)
desponta o dia. num eterno ciclo de princípio e fim. como a Vida. como Nós.

 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Homenagem

Homenagem do José Eduardo ao seu pai (José Domingos) e às contínuas gerações de Vilamendenses. Obrigado.

"Vilamendenses:
Pelo meu falecido pai e por mim, não pude deixar de pedir ao Luís Filipe que postasse no blogue de Vila Mendo uma mensagem de agradecimento a todos os que nos acompanharam neste fim de semana.
Órfão de pai e mãe desde tenra idade (12/13 anos) cedo se fez homem para o trabalho e para a vida imbuído de princípios e valores éticos e cristãos, até então transmitidos pelos seus pais e daí em diante pelos irmãos mais velhos, também eles muito novos, e adultos da família alargada e da comunidade vilamendense.
Não vou regatear predicados, virtudes ou defeitos, pois que não sou julgador de tais causas, e jamais o faria por ser meu pai.
No que me diz respeito: “Foi um excelente pai”.
E no que vos diz respeito, a vós e aos vossos antepassados que com ele conviveram e que o antecederam na viagem que agora iniciou, assevero-vos que era uma pessoa grata.
Se, nas palavras do pensador Francisco José Gregório de Andrade é: “[O] pior defeito do ser humano é não reconhecer quem o ajudou. A ingratidão maltrata, ofende e torna a pessoa sem sentimento e sem amor pelo próximo”, o meu pai era uma pessoa muito, muito grata.
Habituei-me desde tenra idade a ouvir da sua boca a expressão “devemos muitos favores a este ou àquele”, seja pela prática de simples factos como uma ajuda em trabalhos agrícolas, permissão de passagem a pé, com animais, alfaias e outros bens em terrenos, conserto de uma alfaia agrícola, de um eletrodoméstico, por uma “boleia” no caminho de Vila Fernando ou por uma mão amiga que o ajudou a levantar quando prostrado por terra e as forças e a saúde já não lhe permitiam que se levantasse por si só, mas também pelas intenções de quem se prontificava a ajudá-lo com manifestações de vontade de alguns de vós ou dos vossos antepassados, como:
“Oh t’Zé Domingos! Se precisar de alguma coisa, é só dizer!”, ou
“Zé Eduardo, se quiseres estudar e o teu pai não puder pagar os estudos, diz-lhe que eu os pagarei”.
É esse sentido de gratidão que o meu pai tinha por vós e/ou pelos vossos antepassados, e em cujo dever nos englobava atento o pronome pessoal utilizado, que eu aqui quero reafirmar e expressar a todos os nos presentearam com a sua presença e/ou sábias e reconfortantes palavras de carinho e conforto que nos endereçaram.
Na vossa presença, no vosso abraço, com ou sem palavras, revi os vossos antepassados que já partiram e a todos presto tributo pelo apoio abnegado e amizade que em vida concederam ao meu pai.
A todos estamos muito gratos.
A todos o nosso bem-haja.
A Deus a gratidão de ter concedido a graça de beneficiarmos da relação filioparental física, que a outra é eterna, até perfazer os seus 98 anos de idade."
José Eduardo

sábado, 1 de julho de 2023

Coisas da Vida


Aos filhos Joaquina, Tó, Manuel, Ismael, Zé Eduardo, Guida, à esposa Sra. Adoração, netos, sobrinhos e restantes familiares os nossos pêsames. 
Mais conhecido por Zé Domingos, era um  homem sereno, pacato, amigo, avesso a questiúnculas e dotado de um humor fino; deixará saudades.
Em poucos dias, duas pessoas de Vila Mendo morreram e com isso ficámos mais pobres... 

 

terça-feira, 27 de junho de 2023

Coisas da Vida

Adeus querida Mãe. Adeus "Lula".

 

sexta-feira, 23 de junho de 2023

A cultura de cancelamento ou o cancelamento da Cultura

(Publicado originariamente no jornal A Guarda na edição do dia 15 de Junho)

Estranhos estes tempos em que não há tempo para parar. Pensar. Reflectir.
O tempo… que passa (ou não passa) reforça em nós um sentimento de uma certa impresença, pelo que não fizemos, pelo que fazemos, pelo que desejamos fazer.
De facto, passamos o tempo enredados no passado, preocupados no futuro, e o presente deixamo-lo ir na esperança (não real) de um Amanhã salvífico que acabe com todos os males do Ontem. Nos entretantos, o Hoje, já não é!..
Estranhos estes tempos… em que se perde tempo (que não se tem- algumas vezes; não se quer ter- muitas vezes; ou não se sabe ter- imensas vezes) com questões que não deviam (?) sequer alcançar o limiar de uma questão no nosso pensamento, muito menos na linguagem, expressa como temática de discussão pública: a denominada cultura de cancelamento. Nomeadamente nos livros, na literatura (mas nas restantes artes em geral).
Esta não-questão, transformada em confrontação, parece estar para durar. Aqui chegados, e infelizmente aqui situados, há razões para se analisarem.
Esta moda do politicamente correcto (que de correcto só na incorrecção) nasce da clivagem ideológica e do excesso de identidade. Paradoxalmente, num mundo altamente globalizado o medo de perdermos referentes identificativos com um grupo, uma comunidade, um povo… leva a extremismos tanto ideológicos como identitários em que ambos se acabam por fundir e confundir: o eterno Eu contra o Outro, num plano onde simples palavras, expressões, conceitos… se tornam armas de arremesso no reforço de um lado, pretensamente desrespeitado.
Numa cegueira de se querer apagar qualquer tipo de suposta discriminação (presente, passada ou futura!) tenta-se que nos livros palavras, frases, textos, temáticas sejam apagados, substituídos … reescritos. E um sem número de questões se levantam: qual o direito e quem tem o direito de alterar a letra de um autor? Se ele escreveu aquilo, é aquilo que tem de constar (bem basta o trabalho meticuloso e melindroso da Tradução).
Qual o direito e quem tem o direito de decidir que autores e que temáticas são alvo de revisão? Que critérios? Terreno pantanoso.
Qual o direito de sermos nós hoje a decidir o que as pessoas do futuro podem ler? Que direito temos nós, hoje, de os privar, e de os privar de decidir sobre o que ler e conhecer?
Quem são os ofendidos sobre determinadas palavras, textos, temas..? Aleatório exemplo particularizado: se um conjunto de cidadãos negros consideram um texto que evoca, que fala da colonização e da escravatura de uma perspectiva em que se sentem desconfortáveis, serão eles representativos de todas as pessoas negras e do seu sentir? E ainda mais interrogações se desnovelam ou enovelam numa novela de apreciações e considerações por demais importantes e não menos angustiantes.
Com certeza que há livros muito bons e muito maus (e no permeio ainda mais). Mas daí a querer expurgar os que supostamente não prestam, vai um limite muito grande. Cada qual lê o que entende, não que lhe impõem (quando muito, o que lhe propõem). Por isso mesmo vivemos em democracia e temos capacidade de escolha. Querer que uns escolham pelos outros tem um nome: Censura! Qualquer reescrita de livros enquadra-se nisso mesmo, pelo que este assunto deveria ser, à partida e não à chegada; um não-assunto.
O caminho de cancelar, alterar, reescrever palavras, temas, textos (e seus contextos) levaria a que em cada época se pudesse rever sistematicamente essa literatura, o que conduziria a uma desvirtuação complexa (e completa) da mesma. A literatura tem um tempo e um lugar e um pensar que deve ser respeitado e nunca alterado. E se o for, só pelo autor… e em última instância poderíamos mesmo questionar: o criador tem ele próprio “legitimidade” para o acto de reescrita substantiva da sua própria criação?!.
Estranhos estes tempos!..

sexta-feira, 16 de junho de 2023

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Sugestão de leitura

Uma biografia bastante interessante, de uma figura irreverente tal como a sua escrita e o seu pensamento (feminino); profundamente contraditório e... coerente. Para se ir lendo.