sexta-feira, 31 de julho de 2020

Porta(s)


Trancada, a porta. Aberta diariamente durante décadas, agora esmorece quieta. Talvez almeje ainda ser escancarada... mas... por quem?!. mas... para quê?
Portas... 

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Rememorações


 Tiago; Telmo; Luís Filipe; César
Há uns anos... largos.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

a Vida continua

Estes e outros afazeres afadigam o corpo, mas arejam a alma tolhida pela inquietude presente...

quarta-feira, 22 de julho de 2020

ao Amigo Tiago Gonçalves

Que dizer?.. Que escrever?..
Penso em ti… banha-se-me o olhar.
Paro… penso…  as palavras não querem ser escritas- não quero, porventura, assentir que não estás-  o lacrimejo ressurge sem qualquer estorvo (não são só minhas- as lágrimas- são de tantos, são de Vila Mendo). Expecto ainda que tudo não passe de uma aflição, de uma história kafkiana com que às vezes nos deleitamos enquanto arte- absurda, surreal.
Não estás! Mas permaneces… na memória… arejada, embora aturdida. Os dias demorados em Vila Mendo, parecem agora uma eternidade; os lautos silêncios são atalhados pelo choro sibilino que a espaços estonteiam a pacatez aldeã. Ninguém acredita! Olhares exasperados encaram os céus à procura de respostas na divina providência: onde está? Existe? Interpelamos tudo e todos na ânsia de explicações, já!
Paro… penso… tenciono quedar-me com a tua honradez, com a tua honestidade e verdade de pessoa inteligente, atenta ao outro… conciliador e agregador de vontades. Perfeito, não o eras certamente, mas, definitivamente, eras um homem bom.
Paro… penso… nas histórias e estórias que vivemos… que viveste com outros. Sorrio, finalmente… imagens admiráveis e aprazíveis assolam a minha mente. É com elas com que vou permanecer, com que vamos ficar. É com elas que vamos homenagear-te quando desaparecerem os ciscos e a poeira que muram e embaciam o nosso espírito. 
Sei uma coisa: amas Vila Mendo! Mas agora, sabes tu uma coisa: Vila Mendo ama-te!... como tanta outra gente. 
Tiago: contigo, NUNC ET SEMPER

(originalmente publicado no jornal O Interior desta semana)

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Coisas da Vida-Tiago Gonçalves

O nosso Amigo Tiago passará terça-feira em Vila Mendo, pelas 14h, na Associação donde nos despediremos dele. De seguida estará em câmara ardente em Vila Fernando das 16h às 18h30. Às 18h30 irá para o cemitério.
Tiago: contigo, NUNC ET SEMPER
Não se esqueçam das máscaras.

sábado, 18 de julho de 2020

Coisas da Vida- Tiago Gonçalves

Morreu o NOSSO AMIGO Tiago Gonçalves. Como é possível? Não consigo dizer nada, não consigo escrever mais nada, tão só dizer-te que terás a homenagem que mereces de Vila Mendo e na Associação. Até já.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Coisas... pessoais e...

Tânia Carreira - educadora social
Coisas... pessoais e (des)conexas

Uma pergunta: para quando o regresso dos abraços?
Um sonho: menos hipocrisia
Uma pessoa: António Carlos, o senhor meu pai
Uma alegria: a minha família 
Um pensamento: num futuro risonho
Uma preocupação: gerações mais novas
Uma paixão: a Vida
Um lugar: Quinta de Baixo- casa dos meus pais, meu porto seguro 
Uma irritação: falsidade 
Uma saudade: a minha avó materna

Balça



sexta-feira, 10 de julho de 2020

Entrevista a "Zé Ginja"

Guilherme José Nunes Silva- "Zé Ginja"- barbeiro. Nascido a 5 de junho de 1991, em Vila Fernando na Guarda.

Quando e porque é que decidiste dedicar-te à barbearia?
O interesse pela profissão surgiu quase de sem querer. Cortava o cabelo a um amigo meu e vice-versa. Um dia comecei por pensar que gostava de fazer isso e daí surgiu o interesse.

O nome porque és conhecido na área, resulta de quê?
O nome resulta da alcunha da minha família paterna, mais especificamente do meu bisavô que era conhecido por Zé Ginja e também barbeiro de profissão.

Inspiraste num conceito de barbearia clássica; podemos afirmar que o teu espaço é um “old school men-only barbershop”?
Sim, podemos, mas não só. Com o tempo fui-me adaptando ao que me é pedido.
Tenho alguns parâmetros, por mim estabelecidos, nos quais trabalho. Não realizo qualquer trabalho de desenho ou coloração, por exemplo. Apenas corte de cabelo e barba.

Tens alguma referência na arte da barbearia?
Tenho algumas referências, alguns portugueses e amigos, outros estrangeiros.
Posso nomear dois: Bertus (Shorem) e Salvador Rodrigues (Barberhood).

Tens algum objectivo, algum sonho a realizar no âmbito da tua profissão?
Existe sempre o sonho de querer algo mais, mas de momento não tenho nada definido, apenas umas ideias soltas...

Nascido em Vila Fernando, que memórias guardas da tua infância?
Muitas... desde atrapalhar o meu avô Carlos no quintal com a minha "inchada" amarela, aos sumos de morango que a minha avó São comprava no Sr Zé Lucas, ou de "ajudar" o meu tio Carlos Alberto no café.

As comunidades rurais, como as vês?
Acho que são essenciais. É lá que se mantém certos costumes que não se podem perder.
Não foi à toa que eu decidi deixar de viver na cidade e voltar para a aldeia, por achar que lá a minha qualidade de vida sobe bastante.

A Guarda; o que lhe falta?
Faltam algumas coisas, tais como gente jovem e dinâmica que aposte no interior e não "fuja" para as grandes cidades. O que não falta aqui são oportunidades, apenas têm que ser exploradas de outra forma.
Falta o governo e as autarquias criarem condições para que as pessoas se queiram manter aqui, com segurança monetária agregada à qualidade de vida existente.

Que te diz Vila Mendo?
Terra humilde, de gente boa e bons amigos.



quinta-feira, 9 de julho de 2020

Actividades do Campo

 A agricultura (diferente da de antanho, é certo) não assente grande resguardo ao calor abrasador destes dias estios, pelo que urge lidar os animais, valendo-se das máquinas e (ainda e sempre) das pessoas.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Coisas... pessoais e...

Ângelo Furtado- director financeiro CARM
Coisas... pessoais e (des)conexas

Uma pergunta:  qual a melhor garrafa para abrir hoje?
Um sonho: correr mundo
Uma pessoa: D. Anaíde
Uma alegria: dias de sol
Um pensamento: a vida é demasiado curta para beber mau vinho
Uma preocupação: covid
Uma paixão: Sporting Clube de Portugal
Um lugar: Vila Mendo
Uma irritação: mau vinho
Uma saudade: tempos sem responsabilidade

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Memórias Paroquiais

Graça Sousa- professora

A freguesia de Vila Fernando nas Memórias Paroquiais de 1758Parte 4
1ª página
“Um aviso de 18 de Janeiro de 1758 do Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Sebastião José de Carvalho e Melo, fazia remeter, através dos principais prelados, e para todos os párocos do reino, os interrogatórios sobre as paróquias e povoações pedindo as suas descrições geográficas, demográficas, históricas, económicas e administrativas, para além da questão dos estragos provocados pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755. As respostas deveriam ser remetidas à Secretaria de Estado dos Negócios do Reino.” 
(Arquivo Nacional da Torre do Tombo – https://digitarq.arquivos.pt/)

As questões enviadas aos párocos de todo o país dividiam-se em três temas: a terra, a serra e o rio. 
Eis aqui algumas dessas questões e as respostas escritas pelo Pe. Policarpo da Cruz, nessa altura Vigário da freguesia de Vila Fernando. (Para facilitar a compreensão do texto, usou-se, por vezes, uma versão mais recente de algumas palavras.)

III- O que se procura saber do rio dessa terra é o seguinte… (Seguem-se 20 questões. O Vigário juntou as respostas num único texto.)
Corre ao pé deste lugar de Vila Fernando, uma ribeira que tem aqui até entrar no Rio Coa por nome Noeime. Nasce esta e tem seu princípio das águas da cidade da Guarda, de todas as suas fontes e das águas de seus arrabaldes e quintas pela parte do norte e quantas águas na dita cidade e seus arrabaldes chovem todas vêm passar pela ponte deste lugar. Saindo da dita cidade e seus arrabaldes, vem correndo amenamente sem estrépito, e até coisa de meia légua, está logo uma ponte de cantaria muito boa a que chamam do Roidis*, aonde há já moinhos e vem correndo até uma légua aonde está o lugar da Gata, freguesia de Casal Cinza, e se chama aqui Agata. Aqui tem umas poldras de pedras por onde se passa. Tornemos à cidade da Guarda, à parte do sul, as águas de duas fontes que chamam o Chafariz de S. André e a Fonte de Moura...? e as mais águas da parte do sul dos seus arrabaldes, e as águas que vêm do lugar de Porcas, que dista uma légua da cidade; juntas estas águas vai cor­rendo amenamente, sem estrépito, e já moendo moinhos com a água deste ribeiro. À coisa de meia légua está uma ponte pequena de pau, e logo abaixo está uma quinta chamada Noeime, e daqui tomou este nome daqui para baixo, e daí, coisa de meia légua, tem uma ponte de cantaria muito boa, e daqui vai correndo até se jun­tar com a outra parte que vem da parte do norte da mesma cidade a que chamam Agata, como acima vai escrito, e neste sítio, antes de se ajuntarem, está um pontão de pau a que chamam o Mouratão, por estar aqui uma quinta do mesmo nome, e juntos eles vêm cor­rendo com brandura até se meterem no Coa por ser tudo terra di­reita, e por este curso tem muitos moinhos, e chegando perto do lugar do Carapito tem um pontão de pau, e mais abaixo, junto de Vila Gracia, tem outra ponte de pau, e continuando com moinhos e chegando a este lugar que dista dele um tiro de pedrada, tem uma ponte com jazentes de pau e coberta de pedras, e tem de compri­mento 75 passos que eu medi, e terá o que toma e ocupa a água nos enchentes mais de 200 passos, e esta tem seis olhais, e muitas vezes cobre a água a maior parte da ponte; e continuando os moi­nhos daqui para baixo que são muitos, mas no Verão secam estas águas e não moem, e as suas águas não aproveitam palmo de terra que reguem, e nas tempestades passadas deu muitas perdas às terras que levou e inundou com areias, e daqui três léguas se vai meter no Rio Coa, com o nome de Noeime.

(A propósito da ribeira, o pároco de Vila Garcia, uma das freguesias vizinhas da de Vila Fernando, escreveu o seguinte:“Os peixes que produz são bordalos e outros mais pequenos que chamam sardas? e algumas enguias. Os arvoredos de suas margens são amieiros e salgueiros.” Diz também sobre a “ribeira chamada Noeime” que tem um curso “no tempo do Inverno e parte do ano copioso e muito arrebatado…”)

(Também os priores da Guarda fizeram referência à ribeira: “Há em distância de meia légua para o sul desta cidade e corre do poente para o nascente uma ribeira que principia perto do lugar de Porcas a que chamam de Noéme, e em distância de uma légua do nascimento tem uma ponte de pedra chamada a Ponte Pedrinha, e há na dita ribeira muitos moinhos que moem de inverno por no verão não ter água bastante, ainda que não seque, e por baixo da dita ponte junto do lugar da Gata se incorpora com a do Ruy Diz* e continua o seu curso até ao Rio Coa, e com este entra no Douro.”) 
*Rio Diz?

É esta igreja de Vila Fernando aro, termo e comarca da cidade da Guarda, que dista duas léguas para a parte do poente, muito espa­lhada, que se compõe de oito lugares como acima declaro, e tem 406 fogos, 1009 pessoas de confissão e comunhão, e 210 de confis­são somente, e todos a esta igreja matriz e paróquia se vêm a bapti­zar, receber e confessar no tempo da Quaresma. Eu, pároco dela, me chamo Policarpo da Cruz, natural da vila de Açores, arciprestado da vila de Celorico, bispado da Guarda, e nesta cidade me criei e dela vim para esta igreja há 38 anos. Tenho de idade 73 anos. Isto é o que pude descobrir.
Vila Fernando, 22 de Maio de 1758. 
O Padre Policarpo da Cruz

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Recordações

(Há sensivelmente 20 anos atrás)
Luís Filipe; Telmo; Michel; Júlio; Tiago