terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Reportagem

 Reportagem da Beira Alta TV AQUI - Festa do Chichorro.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Sugestão de leitura

Poesia de uma expressividade, de um minimalismo radical; profundamente hermética, quase (ou mesmo, por vezes) que imperscrutável e talvez, e por isso mesmo, de uma beleza... crua. Pura e dura.
Um poeta marcado intimamente pelo holocausto: até ao fim.  
São poemas... do silêncio... do tempo. Do silêncio das palavras. Do silêncio entre as palavras...

Nos Rios

Nos rios ao norte do futuro 
lanço a rede que tu, 
hesitante, lastreias 
com sombras 
escritas por pedras.
 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Respiros

Paira-me aquela pregnância infusa de que o fim é o Caminho. 
e Vila Mendo é já ali e é sempre além.


 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

balanço(s)?

(Publicado originariamente na edição do Jornal A Guarda do dia 02 de Janeiro)

Nestas alturas do ano é (ou parece ser) habitual, quase que obrigatório, um certo tipo de balanço, um apuramento do que de bom ou nem tanto se passou individual e colectivamente e em diversos domínios (que não se vão abordar aqui). Uma súmula daquilo que foi (ou pensamos que foi) e do que queremos (queremos?) para o amanhã.
Mas estas análises, primeiramente individuais (quando as há) sujeitas às pressões dos momentos e das modas, raramente se arquitectam em profundidade e tornam-se somente (ainda que seja alguma coisa) um conjunto de propósitos a cumprir; sem se cumprirem porque quase nunca reflexionados no e a partir do Silêncio-estrutura…
Como se aquele que foi e que fez aquilo tenha deixado de o ser, e passe a ser um-outro nos desígnios a que agora se propõe (e quase nunca impõe). Como se o eu-do-passado desse lugar a um eu-do-futuro (melhor, com certeza!). E o eu-do-presente fica… impresente, indistinto, invisível, desamparado pelo ontem esquecido, enca(n)deado pelo porvir milagroso.
Um balanço balanceado de trás para a frente; da frente para trás; e de novo de trás para a frente; e de novo… e nunca Aqui. parado. e nunca aqui reflectido verdadeiramente. Um balanço que pressuporia mudança efectiva e afectiva na realidade e na realidade de si, mas que não tem carácter e marca de duração; portanto um balanço de hesitação, de oscilação que não quis (ou pelo menos não pôde, não soube), que quer e não sabe se pode, se sabe; ou se quer mesmo.
Se os balanços pessoais são atreitos aos balanceamentos enleados e conjunturais, os colectivos são-no por (quase) natureza ainda mais. Perspectivamos as comunidades, a sociedade, o país pelos olhos de quem balança e balança, e nunca pára para olhar tudo (o possível) e assim apreendermos o todo (ou um pouquinho do todo, pelo menos, o que já seria muito). Vemos a realidade a partir da política e das desgraças (que se entrecruzam demasiadas vezes), que nos chega através da (des)informação e do seu excesso e do seu excesso em imagens…
E ficamos presos nessa realidade fortemente ideologizada, tremendamente enviesada, largamente direccionada, estupidificadamente recepcionada, amplamente idealizada; quase sempre descontextualizada. E o balanço enferma a priori: Vila Mendo a acabar; a Guarda a morrer; o país na decadência; o mundo no abismo; a Transcendência, por vezes… E quase tudo (e isso também) pode ter um pouco de verdade, mas também possui um pouco (muito) de inverdade… E a posteriori, voltamos ao mesmo porque o balanço… é um contínuo balanço. De momentos. De instantes. De fuga.
Se calhar, devíamos deixar de fazer os balanços (deixá-los para as economias e para as contas- certas) e fazer verdadeiras reflexões: profundas, demoradas; no silêncio e a partir do silêncio de nós mesmos; para depois termos a pretensão e o arrojo de ler os demais, as demais coisas e a Coisa-mundo como tal.
É só uma ideia- meia abalançada!.. Já agora, balancemo-nos para um ano bom.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

“É preciso tanta porcaria por causa dum…”

(Publicado originariamente na edição do Jornal A Guarda do dia 19 de Dezembro)

Num destes dias gélidos- como se a adjectivação quisesse demonstrar uma absoluta extraordinariedade, que não é- portanto, num destes dias frios passando-se na rua/travessa entre o largo dos correios e o jardim, um varredor de ruas no empunho de um pequeno sacho tentava arrancar as ervas entre a parede da escola Augusto Gil e os paralelos; afazer custoso e minucioso este. Por entre o estalido do metal no empedrado, curvado e compenetrado ouve-se dizer: “É preciso tanta porcaria por causa dum…” e rematou a frase tal como a tinha iniciado: de rompante. Não olhou. Nada disse mais. Cabisbaixo, continuou. Tal como o andante.
Em que pensaria? A quem se referiria? Que torrente de pensamentos o atulhariam para deixar que eles escorressem para o linguajar? Que situação o atormentaria? Seriam os chefes ou os colegas ou os amigos ou a família ou alguém que passou, ou tantos outros ous?!. Se calhar, pela tonalidade ouvida nesse instante, o tormento não fosse muito: uma espécie de “enfim”, de quem já deixou passar e de pensar a questão, e agora já está noutros propósitos. Talvez as pessoas simples (ousadia esta de achar da simplicidade dessa pessoa) nas suas despretensões não se atormentem tanto como uma boa parte de tantos outros. Como se aquela inquietação momentânea se quedasse nisso mesmo, como se a varresse, a arrancasse dos seus pensamentos e dos seus lamentos. Se calhar porque a vida também é simples se a fizermos simples, se a despirmos das complicações das gentes ditas complexas (ou antes complicadas?). Aquela pessoa que pareceu admirada com a “porcaria” que alguém supostamente fez, quando ela passa a vida a varrer a porcaria nas ruas; talvez porque as pessoas simples dão mais valor às atitudes censuráveis das outras gentes do que à sujidade física; talvez ao contrário das pessoas complexas que se enojam com a porcaria, mas não tanto com as acções prejudiciais aos e dos demais; talvez…
Talvez aquela pessoa tenha pressa de deixar de pensar naquilo, tenha pressa de perceber, de resolver essa “porcaria” e não tenha pressa da vida. Da vida simples, despreocupada mas importada, real mas ainda assim sonhadora… Ao contrário das pessoas complexas que se enovelam de pressa na vida. Como se ela- a pressa- tivesse um efeito profundamente transformativo na realidade. Como se ela- a pressa- as fizesse pular por cima da própria sombra e as tornasse um outro eu, num outro eu… Talvez porque se achem perdidas delas próprias no emaranhado de pensamentos caóticos que as atormentam e cuja substância (se a houver) e significação desconhecem ou não encontram; fazendo com que estejam continuadamente a pensar sem pensar e a pensar numa coisa outra, num mundo outro, numa vida outra. Talvez a humanidade se (re)encontre nas pessoas simples e a inumanidade nas pessoas complexas. Talvez a tentativa de destrinça entre pessoas simples e complexas seja um absurdo retórico e maniqueísta, sem sentido e desprovido de qualquer razão ou lógica. Talvez precisemos simplesmente de nos questionar se “é preciso tanta porcaria por causa dum… “ Talvez.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Gentes de Cá

António Júlio; Manuel Joaquim; Maria do Carmo; Manuel Corte; Luís Filipe Soares; Sara Soares; Andrea Soares