segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Luz

luz 
o sol
à Guarda,
Vila Mendo
aguarda
acobertada pela 
bruma. e 
brame
o querer
de nada
querer
para se querer
Ela


 

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Sugestão de Leitura

Nesta época de festividades, uma leitura humorística pelo olhar ingénuo, mas tremendamente perspicaz, de uma adolescente que nos delicia com um conjunto de crónicas de costumes fazendo-nos pensar das profundas e profusas contradições sociais e da condição humana. 
Uma escrita de Luís de Sttau Monteiro muito boa, apesar da ausência de pontuação que pode parecer primeiramente estranha, mas que depois se revela uma mais valia, até para lhe dar um tom mais risível...
Riemos e... 


 

sábado, 21 de dezembro de 2024

Gentes de Cá

Quim Corte; Victor Soares; Luís Costa; Telmo Silva



 

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

o Homem e o Exótico e o Endótico

 (Publicado originariamente na edição do Jornal A Guarda do dia 05 de Dezembro)

A nossa vida rege-se por um sem fim de acontecimentos; mais ou menos significantes, mais ou menos indiferentes… As nossas vivências- condicionadas e condicionantes- são extremamente polarizadas e matizadas na afirmatividade ou na negatividade, numa contradição de sempre e para sempre. Delas, só quase nos lembramos (e damos importância) ao extraordinário, ao fora do comum, ao diferente, ao não normal. No fundo, só damos valor ao exótico.
Como tal, vivemos no mundo dos extremos: das coisas espectaculares e fenomenais, ou das coisas mais deprimentes e degradantes. Nos entretantos perdemos e não valorizamos o resto, que é (ou pode ser) tudo. Esse Tudo, que é tudo aquilo que é banal, normal, habitual, natural, comum, evidente, ordinário, diário… tudo aquilo que não nos chateia, não nos preocupa, não nos causa problemas. Aquilo tudo que não nos interroga, como se não trouxesse respostas, nem informações, nem referências ou inferências.
E é esse Tudo que acontece a todos os instantes. A todos os momentos. Todos os dias e que retorna uma e outra vez; e ainda outra, e outras…
A nossa sociedade não sabe falar das coisas comuns (e quando o faz, fá-lo de forma inusitada e desanimadora e depressiva e…). Precisamos de dar um sentido-sentido a essas Coisas, que são as coisas que, em instância última, podem ser centrais, indispensáveis na busca da essencialidade (talvez) perdida do ser humano. Precisamos perguntar por elas, e deixar que elas nos interroguem, nos dêem as respostas, ou pelo menos respostas apontando caminhos que nos ajudarão a dar significação à dura caminhada da existência.
Precisamos trazer essas coisas banais, triviais, habituais…. para fora, dar-lhes espaço; o espaço que aliás elas já têm, mas que nós não lhe damos porque assoberbados pelo contínuo extraordinário que nos aprisiona numa atenção-desatenta castradora.
Precisamos espantar-nos, reencontrar o espanto; o espanto que já existiu e que nos moldou e nos definiu; e nos fale do que é, do que somos, do que queremos ser enquanto humanidade e enquanto indivíduos.
Necessitamos, como a boca de pão, do espanto, desse espanto primordial que (re)configurará a nossa realidade, as nossas relações e as nossas ralações. O espanto… de um sorriso, de um elogio, de um sítio, de uma acção, de uma palavra, do silêncio, do ruído (de fundo), da pessoa e daquela pessoa e das pessoas, e de tantas e tantas coisas simples… É que, na maior parte do tempo, quando parece que não acontece nada… acontece Tudo.
Porventura, necessitamos de mudar de orientação: do exótico para o endótico.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

a Ti. Amigo Tiago Gonçalves

 

(41 anos, ontem)

apetece

dizer escuridão

...

abraço 
Tiago.


sábado, 7 de dezembro de 2024

a Vida. o Seminário (Fundão, Guarda)

(Publicado originariamente na edição do Jornal A Guarda do dia 21 de Novembro)

A vida insufla-se de profundas e profusas experiências e vivências, de um sem fim de momentos, de instantes; pequenos lampejos que afluem para o todo do Ser… e nos ajudam a ser.
De facto, aquilo que somos hoje (e aquilo que seremos no futuro- que é sempre presente) com o nosso pensar, o agir e o sonhar, somo-lo com todo o nosso passado inteiro: ainda que dele entendamos uma ínfima parte, e recordemos só uma fracção desse entendimento…
Neste tempo de apressamento verborreico, as pessoas procuram já não só viver os momentos, mas os instantes (fugazes), numa instantaneidade voraz e incapaz de um enquadramento na vida (toda) de cada qual. E sem este enquadramento dos instantes tudo é passado, nada é presente e o futuro é vazio, porque ilusório. Ficamos como que inebriados no nada dos instantes… que já passaram. Para que possamos dar conteúdo e sentido e fim ao tempo (logo à nossa existência como tal) precisamos de os presentificar- uma presentificação dos instantes- de todos os instantes: os do presente através da atenção crítica, reflexiva (do agora); os do passado pelo lembrar, pelo recordar lúcido e analítico; e os do futuro pela expectativa real (pincelada com um toque emocional).
Todos esses instantes (que serão momentos e depois talvez experiências) convivem connosco e não devem ser espartilhados, sectorizados. Tudo o que em nós se passa deve ser englobado e analisado… na totalidade de toda a vida! Se vivermos, se reduzirmos o existir à simples soma de sucessivos instantes sem lhe conferirmos um sentido temporal, ficamos continuamente seus reféns, aprisionados, incapazes de horizontalizar e perspectivar a Presença, esquecendo-nos (paradoxalmente) de nós próprios, de Ser verdadeiramente.
Importa então que os instantes se transformem em momentos, e estes se transcendam em realizações significantes e impactantes na vida pessoal e social de cada um: que gerarão experiências, que por sua vez gerarão outras, e outras… num eterno ciclo de enriquecimento- comum.
Para aqueles que tiveram e fizeram experiência de Seminário, este exercício de contínuo rememorar contextualizado e balizado, de contínua memória- que não é (só) passado, mas presente vivo- reveste-se de plena centralidade na sua existência como tal. As vivências (e sem se categorizarem maniqueisticamente) decerto foram producentes, umas; contraproducentes outras; inócuas (?) bastantes. Mas o resto da nossa vida o que é senão o conjunto de tudo isso, e mais do que isso, e isto, e aquilo, e tantos “es”?!. O rememorar, ainda que se configure com mostras de imaginação, alguns laivos de ficção, confirma- nos claramente na nossa identidade.
Podemos mesmo afirmar que do seminário aflora (tantas e tantas vezes em tantos) uma identidade luzente, perpassando as contínuas gerações de seminaristas dos seminários do Fundão e da Guarda (com certeza de outros seminários). Uma forma de ser. estar. permanecer. Em comunhão fraterna, connosco próprios e com o mundo. Uma identidade radicular que desfolha o bem-comum.
Uma espécie de identidade-seminarística, seminal! Que dá valor e cultiva o sereno Aguardar: o aguardar que não é passivo, não é desistido, muito menos improdutivo, pelo contrário; o aguardar que espera, sim, mas que acompanha (diligente) o Outro na longa e dura caminhada da vida comum; o aguardar que é justo e que é esperança (real, actuante) num tempo melhor.
O Seminário está connosco… sempre. Ainda que o não saibamos, ainda que não nos apercebamos bem, ainda que o não queiramos. Mais significante para uns, nem tanto para outros. Nunca indiferente. Mesmo que o quiséssemos: seria um combate permanente e pungente e inglório. (A indiferença, esse morrer na Vida!)
Ainda que as teias da amizade- desmaiadas pelas distâncias- se encontrem descosturadas muitas vezes, é no tear do tempo que teceremos- juntos- a manta da Vida-viva, o manto dum Mundo-sentido.
Aos Amigos seminaristas e a todos aqueles que fizeram e fazem (o) Seminário, um Abraço Fraterno.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Debate

A nossa Presidente, Inês Costa, na rádio F num debate sobre associativismo jovem, ontem.

 

terça-feira, 3 de dezembro de 2024