A lareira, a chaminé, a lenha, os cavacos, as giestas, as
brasas, o calor. Os momentos. Os pensamentos… silenciosos… falados… realizados…
inusitados…
O lume… símbolo da vida… chama eterna… que nos aquece… o
coração. Ao seu redor, olhares cúmplices cruzam-se em conversas demoradas,
compassadas, ardentes por vezes, como o ardor do lume que arde vagarosamente.
Noites frias convidam ao recanto da casa, ao recanto da
cozinha. O lume. A lareira. Um canto, um espaço pequeno transformado na
centralidade da casa, da família, da vida… Ali traçam-se planos para o amanhã,
alcovita-se o ontem, entrelaçam-se sonhos de um futuro maior… sugere-se,
debate-se, refila-se, silencia-se.
Olhares quietos perdem-se na finitude das chamas que teimam em
consumir os últimos resquícios de um pau moribundo.
Olhares melancólicos deixam-se adormecer na imensidão das
brasas incandescentes e… sonha-se um mundo… o mundo. Respira-se um tempo; respira-se
o tempo… único, irrepetível, intransmissível…
Luís Filipe Soares
1 comentário:
E uma boa chouriça assada na lareira. que saudades.............
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