Era uma noite quente de verão, quando de madrugada os meus pais me receberam ao mundo. Era dia 6 de julho de 1991. Sou o 5º de uma longa lista de netos da família Corte Gonçalves. Filho de Luís Manuel Rodrigues Costa e de Mariana da Conceição Corte Gonçalves Costa. Aos meus dois anos e meio recebi a notícia de que ia ser o irmão mais velho da Inês Costa. Neto de José Gonçalves e Lídia Engrácia Corte, Joaquim Costa e Maria de Lurdes Costa, a minha infância sempre se dividiu entre as aldeias vizinhas, Vila Fernando e Vila Mendo. Natural de Vila Fernando, onde residi até aos meus seis anos de idade. Com o início do meu 1º Ciclo à vista, vim viver para a cidade da Guarda, local onde resido actualmente. Foi aqui que completei o Ensino Secundário na Escola da Sé, tendo antes passado pelas Escolas de Santa Zita e de Santa Clara, onde concluí o 1º e 2º ciclo respectivamente. Praticar desporto é o meu hobby preferido e uma das minhas paixões. Pratiquei natação desde o ano de 1998 até ao ano de 2011, onde em 2007 fui atleta fundador do Clube de Natação da Guarda. Passei ainda pelo futebol de 11, decorria o ano de 2014. Gosto de ver filmes e séries, ouvir música, e não dispenso um bom encontro com as pessoas que para mim são importantes.
Quando e onde tiraste o teu curso?
Fui estudar para a cidade vizinha, a Covilhã, onde ingressei na licenciatura de Ciências do Desporto na Universidade da Beira Interior – decorria no ano de 2009. Após a conclusão da licenciatura segui para o mestrado em Ensino de Educação Física na Universidade de Coimbra, tendo terminado esta etapa na UBI em Novembro de 2015.
Apesar de ser professor de Educação Física, encontro-me a desempenhar funções de nadador salvador nas Piscinas Municipais da Guarda. Dou ainda aulas de Atividade Física e Desportiva no Agrupamento de Escolas da Sé, na Guarda e no Rochoso. Complemento a minha atividade profissional como treinador de futebol do escalão de Traquinas, no Núcleo Desportivo e Social (NDS) da Guarda.
Que expectativas tens a nível profissional?
As minhas expectativas a nível profissional passam por exercer o cargo de professor. A paixão em acompanhar e ensinar crianças e jovens, vendo-as progredir, dando-lhes motivação para desenvolverem as suas capacidades cognitivas e motoras de maneira a que estas tenham na prática desportiva, um aliado para o seu bem-estar quer a nível físico quer a nível psicológico. Um professor é alguém capaz de incutir valores, transmitir conhecimentos e passar ideias que se devem preservar ao longo dos tempos.
Embora ser-se professor em Portugal não seja fácil, idealizo num futuro próximo, atingir este meu grande objectivo.
Continuar na Guarda está nos teus horizontes?
O futuro o ditará. Permanecer da Guarda é algo que quero muito, mas sei que, com a profissão que tenho, que posso ser colocado tanto no Algarve como em Trás-os-Montes. Como se costuma dizer, a vida de professor é feita sempre com a casa às costas e terei que estar disponível e com mente aberta para todas as situações que me possam aparecer.
É uma cidade que tem perdido muita gente, que se desloca quer para as grandes cidades em Portugal, quer para o estrangeiro. Eu espero poder ficar por cá, pois é cá que tenho as pessoas que amo, os locais que amo e esta é a cidade que me viu crescer.
Portugal é um país, que na minha opinião não aposta no emprego jovem. O que mais podemos verificar no nosso país, tendo em conta o pessoal jovem a iniciar a sua vida de trabalho, o pouco que se oferece são os chamados estágios profissionais, ou então os jovens chegam a “pagar para trabalhar”, pois aquilo que muitas vezes se sujeitam a receber não dá nem sequer para os gastos. O país está envelhecido, há demasiada mão-de-obra para poucos lugares e muitos dos jovens que agora têm uma licenciatura ou até mesmo um mestrado, exercem outro tipo de actividade sem ser aquela para a qual andaram anos a estudar ou então optam pela emigração. Na minha opinião, penso que deviam existir mais oportunidades para os jovens demonstrarem o seu valor, pois os jovens são o futuro do país. Se não derem um futuro aos jovens, o país não terá futuro também, certamente.
Urge a necessidade de se reformarem ideias a fundo. A Guarda, das cidades do interior é das que tem perdido mais população. O facto de haver pouco desenvolvimento, pouca aposta em inovação, a falta de emprego, tudo isso contribui para este fenómeno. Devendo-se também a isso por ex: a perda da UBI para a cidade da Covilhã – que até há uns anos atrás era bem mais “atrasada” que a Guarda. Todas estas situações fazem com que a Guarda, infelizmente perca muita da gente que cá nasceu. Espero que no futuro as políticas mudem. A Guarda tem uma colocação geográfica que se pode vir a tornar muito importante para muitas empresas que façam transportes nacionais e internacionais. A cidade está pertíssimo da fronteira com a vizinha Espanha.
É da minha opinião que, se dá mais importância à zona litoral ao invés do nosso interior. Julgo que deveriam existir as mesmas oportunidades para quem mora no interior, tal como existem no litoral, mesmo que para isso fosse necessário gastar-se um pouco mais nestas cidades, recorrendo-se a incentivos fiscais, aumentos de ordenados para quem morasse no interior, prémios de natalidade, etc. Enfim uma panóplia de ideias que me ocorrem de momento, mas que infelizmente, esperando contudo estar enganado, que estas não vão avante. Para além disso a nossa cidade, precisa dos jovens estudantes que vêm todos os anos para cá. Precisa da vivacidade que as instituições públicas de ensino dão à cidade. Apostar numa melhoria do ensino, numa melhoria das condições de vida da cidade, numa aposta no desporto, nas mais variadas modalidades, tendo uma equipa capaz de singrar a nível nacional, tal como as cidades vizinhas mais próximas têm. A câmara da Guarda é imprescindível a todos os níveis para que isto seja possível, fornecendo apoio às instituições que ainda lutam pelo bem e pelo reconhecimento da cidade.
Para Vila Mendo, há muitas ideias que me passam pela cabeça. A nível pessoal, o desporto está sempre presente. A criação de uma equipa de futsal com o apoio da Associação de Vila Mendo, da Junta de Freguesia de Vila Fernando, das empresas que se situam na nossa freguesia e não só. Penso que esse poderia vir a ser uma realidade, de modo a poder participar-se numa fase inicial no campeonato distrital da Guarda.
A criação de um festival de verão é outra das "loucuras" que me passam pela cabeça. Vila Mendo teria capacidade, com os devidos apoios de criar um festival na aldeia, tal como acontece em várias regiões do nosso país.
Um desejo mais real passaria pela instalação de esgotos, água canalizada nas casas e pela melhoria da pavimentação quer na aldeia, quer nas estradas que ligam a aldeia com as restantes terras vizinhas ( Vila Mendo - Vila Fernando, Vila Mendo - Santana d' Azinha).
Muitas outras ideias e projetos tenho na minha mente, mas essas por agora manter-se-ão no segredo dos deuses.
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