O frio da beira fez-me gostar do Inverno. Sem Ele não conhecia o sabor e o cheiro da torrada com Planta da casa do meu avô Isidro. Não seria a mesma sem as histórias que ouvi à lareira.
Que conforto chegar a casa, com nariz vermelho e mãos gélidas, e ser aconchegada por um ambiente quentinho. O Inverno dói, mas também aproxima e abraça.
Os ciclos servem para nos mudar. O que seria de nós numa primavera sem fim? Ou num contínuo verão de praia e de noites que se estendem até ser dia?
Aceitemos a beleza de cada estação e desfrutemos do que lhe é inerente. Apliquemos cada ciclo à vida: no inverno podemos estar mais connosco para florir na primavera; no verão lavamos a alma no mar e deitados na areia descansamos e cansamo-nos; e eis que chega o outono para nos renovar, pois todos precisamos de deixar cair folhas.
Por tal, sou inverno, primavera, verão e outono: com frio, chuva ou neve, à lareira ou na rua, no jardim ameno, na praia quente, no pinhal ventoso a recolher pinhas e a gozar as belas passadeiras de folhas no parque. Sou Eu a sorrir e a pedir à Mãe Natureza o que de verdade importa. Falemos com Ela, que nos escuta, mas sejamos humildes e contidos nos pedidos! Cuidemo-la para que não percamos o gozo das Quatro Estações.
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