Casamentos – Parte 2
lCerimónia
l Ao longo do séc. XVIII, foram registados 1085 casamentos nos livros paroquiais da freguesia de Vila Fernando, o que corresponde a uma média aproximada de 11 casamentos por ano. No entanto, houve alturas em que o número foi largamente excedido (1702 – 22; 1706 – 24; 1709 – 22; 1750 – 25; 1763 – 21) e outras em que os matrimónios quase desapareceram (1734 – 2; 1769 – 2; 1770 – 3; 1778 – 1).
l Se compararmos os valores do séc. XVII com os do séc. XVIII, percebemos que se manteve a tendência crescente de casamentos até 1725, altura em que houve uma pequena quebra.
Casamentos
no séc. XVIII |
|
1701-1725 |
326 |
1726-1750 |
266 |
1751-1775 |
221 |
1776-1800 |
272 |
Total |
1085 |
Casamentos
no séc. XVII |
|
1601-1625 |
79 |
1626-1650 |
168 |
1651-1675 |
218 |
1676-1700 |
311 |
Total |
776 |
l As cerimónias eram normalmente realizadas na Igreja
Matriz de Vila Fernando mas houve exceções. Os noivos
pediam uma autorização especial ao Bispo e conseguiam que os seus casamentos
tivessem lugar nas Capelas de S. Bartolomeu do lugar do Adão (ex: 1766), do
Divino Espírito Santo do lugar de Albardo (ex: 1779) ou de Santa Maria Madalena
do lugar do Roto (ex: 1783). (Ex: “… em a
Capela de Santa Maria Madalena do lugar do Roto desta mesma freguesia por
licença do Sr. Bispo foram recebidos em face da Igreja…” – 23-9-1783)
l Um casamento era um momento preparado com
antecedência e que obedecia a requisitos e regras. Nada era feito ao acaso e
tanto o estado civil como o grau de parentesco dos noivos eram esmiuçados com
todo o rigor. Se os laços de parentesco fossem próximos, era preciso pedir
autorização e pagar bula. (Ex: “Foram
dispensados pelo Exmo Senhor Núncio destes Reinos em terceiro e
quarto grau de consanguinidade de que apresentaram Certidão de dispensa que
fica no cartório desta Igreja para em todo tempo constar…” – 9-8-1773)
l Aparentemente, os noivos podiam contrair matrimónio
quando fosse conveniente. Por exemplo, em junho de 1782, houve cerimónias nos
dias 5, 12, 18 e 28, que corresponderam a quarta, quarta, terça e sexta,
respetivamente, e, em junho de 1791, foram registados casamentos nos dias 10,
12, 13, 23 e 24, equivalentes a sexta, domingo, segunda, quinta e sexta. Por
vezes, o Vigário acrescentava algumas informações sobre a data: “sendo Domingo do Santíssimo Nome de Jesus”
(15-1-1758), “sendo em véspera do dia de
Entrudo” (6-2-1758), “sendo dia de
Nossa Senhora da Anunciação” (3-4-1758).
Durante este século, os meses
mais escolhidos para a cerimónia do casamento foram fevereiro (180), maio (122)
e janeiro (117) e os meses com menos procura, agosto (65), julho (59) e março
(45).
l Percebemos que o Vigário pedia aos noivos algum
tipo de pagamento pela cerimónia porque encontramos, diversas vezes, a
informação “deve a galinha” (ex:
20-9-1763) rabiscada na margem dos assentos. Numa outra ocasião, num registo de
casamento realizado, com licença do Sr. Bispo, na Capela do Divino Espírito do
lugar de Albardo, o Vigário escreveu “e
me pagaram o que me ajustei com eles pelo trabalho de la os ir receber” (2-10-1775).
Nota:
receber = casar
1 comentário:
Trabalho meritório.
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