Jorge Mendes- Candidato pelo Bloco de Esquerda à Câmara da Guarda
Que motivos o levaram a candidatar-se à Câmara da Guarda?
Candidatei-me à Câmara da Guarda porque acredito que Bloco de Esquerda pode ser uma força decisiva para a abertura de um novo ciclo autárquico neste concelho. O critério do êxito de uma governação autárquica não pode ser o da quantidade de betão que contrata; não pode ser o da quantidade de festas e eventos que realiza, mas a satisfação dos direitos das pessoas, dos indicadores de igualdade e de coesão social, da sustentabilidade ambiental, da participação cidadã nas decisões e na vida da comunidade.
A política só faz sentido se for feita para as pessoas e com as pessoas, sendo necessária uma nova sensibilidade para garantir condições de estabilidade, o que pressupõe relações de diálogo permanente e sereno.
Que expectativas tem a nível dos resultados eleitorais?
Acreditamos que será possível eleger um vereador para a Câmara Municipal da Guarda. Também pensamos que o Bloco de Esquerda irá eleger mais deputados municipais e que irá eleger, pela primeira vez, um elemento para a Assembleia de freguesia da Guarda.
Que projectos âncora tem para a Guarda?
No nosso Programa Eleitoral temos propostas em oito eixos prioritários: Transparência, participação e democracia; Educação; Turismo, Lazer e Património; Políticas Sociais; Cultura; Reabilitação urbana; Ambiente e sustentabilidade; Emprego e economia.
Das propostas que constam no nosso Programa eleitoral destacamos os seguintes projetos âncora:
a) O Bloco de Esquerda compromete-se a criar a figura do Provedor do Munícipe, que constituirá um passo significativo na aproximação e no incentivo à participação ativa dos cidadãos na vida pública, onde se inclui o direito à reclamação por um serviço de qualidade.
b) Requalificação do Parque escolar com a criação de um novo Centro Escolar que sirva a zona da Póvoa do Mileu, Bairro do Pinheiro e Bairro da Luz, um centro com qualidade com cantina (única), biblioteca e outros equipamentos de apoio. As atuais escolas básicas não têm já as condições necessárias para ser desenvolvido um ensino de qualidade.
c) Criar o Museu da Emigração
d) Colaborar com os privados interessados na criação de um MUSEU VIVO que mostre a vida no concelho da Guarda desde o século XIX.O museu, para além de construções alusivas poderia apostar na reprodução fidedigna de algumas atividades da região.
e) Criar um Observatório Social do Concelho e implementar o Programa “Guarda Feliz”, programa de combate à exclusão social com particular atenção às seguintes temáticas:
Pobreza e exclusão social; Imigrantes e inclusão social; População idosa, nomeadamente a que reside nas zonas rurais; Alcoolismo; Toxicodependências; Problemas ligados às deficiências; Violência doméstica.
f) Recuperar as instalações onde atualmente está a GNR, adaptando-as para um equipamento público que sirva para a realização de eventos um verdadeiro espaço multiusos com uma grande polivalência.
g) Implementar o Programa “Guarda Verde” que terá como objetivo a melhoria do desempenho ecológico no Concelho da Guarda. Neste Programa, devem constar projetos específicos de corredores ecológicos que estabeleçam a continuidade do Sistema Natural através do tecido edificado da cidade. Será um Plano “verde” que incluirá espaços de recreio e de produção bem como áreas de proteção e valorização da Natureza.
h) Estudar, conceber e implementar em conjunto com o Instituto Politécnico da Guarda e com outras entidades, nomeadamente ligadas à Saúde e ao Ambiente, o Projeto Guarda Cidade Bioclimática.
Na sua óptica, quais os principais problemas, os principais desafios que a Guarda enfrenta actualmente e no futuro?
O grande problema que a Guarda enfrenta atualmente é, infelizmente, um problema transversal a todo o interior do país: o despovoamento. Não é possível reverter esta situação, apenas com políticas de âmbito municipal. A questão de fundo prende-se com a quase ausência de Políticas de População que tenham uma visão integrada das três grandes variáveis em “jogo”: fecundidade, envelhecimento da população e migrações. A questão da atração de imigrantes é determinante para o futuro do aumento da população portuguesa e, para nós, é algo em que se tem que apostar para a região onde nos inserimos. Penso, ainda, que é preciso ter projetos diferenciadores como, por exemplo, apostar a sério num projeto como o que propomos da “Guarda cidade Bioclimática”, aproveitando as excelentes condições da nossa cidade.
Como vê a cultura na Guarda?
A criação e a fruição cultural são parte marcante da cidade e do concelho. A candidatura do Bloco de Esquerda não se limita a estimar as atividades culturais, tanto as amadoras como as profissionais, tanto os seus agentes como os que têm o direito de fruir a cultura. Encara-as e apoia-as como parte de uma cidade com pessoas capazes, com um espaço público rico e fonte de soluções para a renovação urbana, para a qualificação das pessoas e para o emprego.
A candidatura do Bloco de Esquerda compromete-se a chamar os atores culturais a uma participação ativa com a qual se defina um projeto cultural integrado para o concelho. Pensamos que é urgente mudar a estratégia que tem sido usada na Política Cultural do nosso concelho – grandes eventos- em detrimento do apoio sustentado e formação dos atores culturais locais.
Rio Noéme. O que pensa fazer concretamente para resolver o problema da sua poluição?
O Bloco de Esquerda compromete-se a obrigar a Câmara Municipal da Guarda a identificar e fazer o mapeamento dos vários focos de poluição existentes no rio Noéme de forma a poder apresentar um plano devidamente estruturado que resolva de uma vez por todas este problema ambiental, devolvendo o rio às populações. É preciso fazer cumprir os valores máximos de descarga admitidos, agir de uma forma muito dura para com a(s) empresa(s) poluidora(s).
Vila Mendo que lhe diz?
A primeira vez que fui a Vila Mendo foi num dos meus passeios de bicicleta. Aliás, posso dizer que já passei por todas as freguesias do concelho da Guarda de bicicleta! Voltei a Vila Mendo em 2015 aquando do debate entre os candidatos à Assembleia da República. Apesar de ser uma pequena aldeia, tem pessoas muito interessadas e interessantes (as pessoas contam!) como se pode constatar no blog que publicam e na sua forma de participação cívica, nomeadamente através da Associação Cultural Recreativa de Vila Mendo.
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