Recolheu as informações abaixo publicadas quando, há uns anos, decidiu investigar e construir a árvore genealógica da sua família, quer do lado paterno, quer do lado materno, recorrendo à consulta de livros, documentos e microfilmes no Registo Civil da Guarda e no Arquivo Distrital da Guarda.
Por uma questão editorial, se assim se pode afirmar, decidimos publicar hoje uma parte desta 2ª parte. Domingo, a outra parte.
(Nota: optei por voltar a publicar esta parte, agora com as tabelas já completamente perceptíveis.)
A Freguesia de Vila Fernando no séc. XVII (1601 – 1700)
Parte 3 – Óbitos (1)
Foram
registados, de forma legível, 1689 óbitos nos livros paroquiais de Vila
Fernando, relativamente ao séc. XVII.
Esses
1689 óbitos equivalem a uma média de cerca de 17 defuntos por ano e são constituídos por 972
mulheres, 706 homens e 11 casos sem identificação.
Anos
|
Nº
de óbitos
|
1601-1625
|
233
|
1626-1650
|
420
|
1651-1675
|
484
|
1676-1700
|
552
|
Verificaram-se
mais mortes nos meses de outubro (161), setembro (160) e janeiro (159) e menos
nos meses de maio (127) julho, (111) e junho (95).
Nos
onze primeiros anos do século, os registos, desorganizados e incompletos, foram
assinados por quatro padres diferentes – Pe Sebastião da Fonseca, Pe
Gaspar de Morais, Pe Manuel Dias e Pe Fernando de Aragão
– que estiveram à frente da freguesia por curtos espaços de tempo. Entre maio de
1609 e fevereiro de 1610, entre abril de 1610 e fevereiro de 1611 e, durante os
anos de 1612 e 1613, a acreditar nos livros paroquiais, ninguém morreu. Se
consultarmos os livros de assento de batismo deste período, encontramos a mesma
desordem e poucos
registos. Muita informação se deverá ter perdido para sempre, nesta altura.
A
partir de 1615, já com a presença
do Vig. Manuel de Gouveia, os livros de assentos ganharam alguma organização.
- Origem dos defuntos
Lugares
|
1601-1625
|
1626-1650
|
1651-1675
|
1676-1700
|
Total
|
Albardo
|
53
|
70
|
93
|
83
|
299
|
Vila
Fernando
|
39
|
76
|
83
|
91
|
289
|
Adão
|
26
|
59
|
96
|
83
|
264
|
Vila
Mendo
|
19
|
37
|
30
|
54
|
140
|
Qta.
de Cima
|
24
|
28
|
43
|
43
|
138
|
Qta
do Meio
|
11
|
21
|
47
|
39
|
118
|
Pousafoles
“ó” Roto
|
14
|
23
|
26
|
49
|
112
|
Mte.
Carreto
|
10
|
14
|
25
|
37
|
86
|
Qta.
de João Dias
|
1
|
5
|
21
|
21
|
48
|
Qta.
de Vale de Carros
|
0
|
7
|
4
|
12
|
23
|
Qta.
de Baixo
|
1
|
9
|
1
|
1
|
12
|
– Quanto à origem dos defuntos, confirma-se a tendência verificada nos restantes assentos paroquiais. Com efeito, Albardo, Vila Fernando, Adão, Vila Mendo e Quinta de Cima, que já se destacavam quanto aos batismos, evidenciam-se também quanto ao número de óbitos. Eram provavelmente os lugares com mais população.
– A Qta de João Lopes teve o último registo em 1656; a Qta de Afonso Fernandes, em 1633; a Qta dos Pombais, em 1676. A Qta da Queimada teve um único registo em 1626. Em conjunto com a Qta da Caravela, estas quintas tiveram 28 mortes, ao longo do século.
– Os defuntos do Mte de S. Pedro (9) e os do Mte Sardinha (25) foram sepultados em Vila Fernando mas pertenciam a duas freguesias da Guarda – S. Pedro e Sé, respetivamente.
– Não há informações sobre a origem de cerca de 100 falecidos.
l
Profissões dos defuntos ou dos seus
familiares
alfaiate, azeiteiro, barbeiro, besteiro, cabreiro,
cardador, carniceiro, escudeiro, ferreiro, moleiro, pastor, pedreiro,
sapateiro, serrador, soldado, tamborileiro, taverneiro, tecelão, tendeiro,
vendeiro.
|
l
Alcunhas dos defuntos ou dos seus
familiares
tamanhão
– genrinho – cabeça – “richoso” –
inverno – baixo – valente – casa nova – o direito – o negro – o ovelha – o
galego – o romão – o serra – o cascão – o manco – o morgado – o velho – o
moço – o costa – o moreno – o folgado – o lacão – o conde – o castanheira –
o matela – o cravo – o macho – o bispo – o chapado – o vasco – o justo – o
picado – o picão – o delgado – o borrega – o cónego – o bicho – o grande –
o lájeas – o barroso – o frade – o rico – o coxo – o ruivo – o jambragal –
o abade – o botica – o namorado – o gengibre – o pego – o mouro – o
cravinho – o “damoreira” – o da
granja – o do forno – o do cimo do lugar – da fonte – do canto – do fundo –
da cancela – do lagar – da lapa – do “inxido”
– do santo – a piquena – a do
forno – a ruiva – a condessa – a “bartoleza”
– a tabecas – a da serra – a velha – a cega – a folgadinha – picoa – a
fornacha – a granja – a genrinha – a loura – a diega
|
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