quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Sabedoria- Prudência- Memória

O Padre José Dionísio, a propósito do exercício reflexivo por mim feito há uns dias- Vida e(m) pandemia, envia um comentário/opinião que a seguir transcrevo: 

"O amigo Luís Soares arrisca aqui um exercício muito difícil: conseguir olhar para este tempo diferente e estranho que estamos a viver (a pandemia), analisá-lo em alguns aspectos marcantes e propor linhas de acção para melhorar aquilo que ele pensa que está errado. E isto tudo num texto bem curto. Aponta atitudes essenciais para que políticos governantes, ou de oposição, não andem de candeia na mão ‘às aranhas’ e que eles próprios não teçam esta teia presente que se pode tornar numa rede de aço que impeça audácias e “saltos de modernidade” lideradas por uma geração que já vai em duas crises maiores. Não podemos deixar-nos cilindrar pela velocidade dos acontecimentos _ e pelas notícias dos acontecimentos_ que nos invadem o quotidiano. É, já não é, já foi, já era... “Disse, sim! Não disse, nada! Está gravado! É mentira!..” Ufa!! Chega! Respeite-se a palavra “dita – escrita e falada”, como diz Luís Soares. Sejam homens e mulheres que não moldam a palavra dada, segundo as conveniências do dia. E assim se esquece o passado. E se perde a memória. E se repetem os erros do passado. Mesmo bem recente… Luís Soares fala da falta de um certo medo que eu acho que é aquele temor judaico-cristão que se diz ser o princípio da sabedoria. E bem precisamos de sábios políticos neste Portugal ferido, mas que não quer morrer. Devemos temer, sim, aqueles que são cataventos. E aqueles que gritam para terem razão. E aqueles a quem não importa muito (e facilitam legalmente) a morte de velhos e doentes, e reconhecem pouco os que trabalham pela defesa da qualidade de vida dos que produzem, mas também dos que já não produzem. 
Que a situação terrível que vivemos ajude a acção política dos que nos representam, para ser mais clara, discreta e facilitadora dos que querem trabalhar. Sejam como árbitros que não se vêm num jogo de futebol, onde podem brilhar, assim, os artistas. Premeiem-se a criatividade e os bons resultados; morte às cunhas que esmagam os melhores e nos mantêm nos últimos lugares do desenvolvimento europeu. Chico-espertos, não! Sábios, sim!! Nos políticos e em nós todos…"
                                                                 José Dionísio (padre)

2 comentários:

Anónimo disse...

Não se esperava que uma página na internet sobre uma aldeia, apresentasse estes temas profundos para refletir (esperava-se bebida e folia como costume). Por isso parabéns ao Luís Soares pelas reflexões e ao padre José por se dispor a debater as temáticas deste mundo!!

Luís Filipe Gonçalves Soares disse...

Obrigado.