sexta-feira, 28 de novembro de 2014

pequenas notas... soltas

Memórias
Memórias! Quem as não tem...
Experiências (muitas), vivências (enriquecedoras, ou não), recordações (tantas), interrogações (várias), dúvidas/incertezas (tantas), desentendimentos (inevitáveis, mas desejavelmente ultrapassáveis), desânimos (por vezes), euforias (fantásticas)... De tudo isto se compõem e são consubstanciadas as memórias de todos nós... memórias essas condicionadas, sempre, pelas nossas convicções, percepções e subjectividade própria e intrínseca do ser humano.
Falar de memórias (ou de algumas memórias) não é de todo fácil. É preciso revisitar os baús das lembranças, por vezes esquecidas; é preciso trazermos à tona emoções e sentimentos recalcados pela acção lenta, mas eficaz do tempo que, indelevelmente, não pára; é preciso tanta coisa que, de tanto, pouco realmente importa...
Contudo, as memórias são o alicerce da nossa personalidade, o garante da nossa identidade. Sem elas não nos definíamos enquanto pessoas, únicas, irrepetíveis; não nos definíamos enquanto seres pensantes e actuantes no nosso próprio destino.
As memórias imprimem uma marca primordial no nosso ser que condicionam, não raras vezes, a nossa postura e a nossa acção em sociedade.
As memórias são o elo entre o passado e o futuro: a forma como lidamos com elas, no presente, determina, muitas vezes, as relações; connosco próprios, com os outros... com a Vida... nessa busca incessante, e talvez nunca plenamente alcançável, que é a felicidade.
As memórias têm o cheiro, têm o sabor, têm a cor, têm o o som, o toque de momentos... de pequenos momentos... singulares... irreproduzíveis.
É por isso que não as podemos negar, não as podemos recalcar completamente. Elas surgirão inexoravelmente num olhar vago, num aroma suave, numa conversa supérflua, num ruído insistente, num pensamento delirante, num sentimento profundo...
É caso para afirmar sem mais: nós somos as nossas Memórias.

2 comentários:

Santiago Coutinho Soares disse...

Belo texto pai.

Luís Filipe Gonçalves Soares disse...

Obrigado filho.